quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Criaturiñas!
Hoxe non sei por que, nun comentario do Condado na entrada anterior viñéronme á cabeza dúas anécdotas familiares, da familia del, digo. Talvez o que vou contar non se ateña rigorosamente á realidade, pero tamén sería a primeira vez que tal acontecese neste blogue, de maneira que pido licenza aos implicados (afectados?) sen agardar que ma concedan.
NetaNeta é o fillo do Condado e xa de pequeno apuntaba alto (onde vai que uso “pésmáxicos” como el dicía, para tentar albiscar por onde lle paira a cabeza, pero tampouco ten mérito medindo aquí unha metro e medio sobrado). O cativo, cando aínda así se lle podía chamar, non mostraba ningún interese pola lectura, para desolación dos pais, nin por calquera punto que a vista agudísima do pai lle sinalase no horizonte, nin que fose a “cabra” da Nova, que desafía os ventos no miradoiro do Cervo (?!), ata un día: o rapaz saíu do oculista con lentes de ver diante dos ollos, e cando se encontrou por primeira vez no mundo real coa avoa (muller enorme concentrada en corpo escaso), proclamou con toda a sorpresa da súa inxenuidade infantil unha das maiores verdades que xamais se pronunciaron e que o ha perseguir mentres eu viva:
—Que grande es, avoa!
Ao Condado gústalle pasar as tardes de inverno quecendo o corpo ao calor dunha estufa de leña e a alma cuns groliños de Porto. Do primeiro apenas resta máis rastro ca as cinzas, do segundo adoita quedar unha botella verde translúcida. Un día, o pequeno, observando como a señora que ten nome de coche recollía do chan o corpo do delito, abanou a cabeza entre avergoñado e resignado e largou a segunda frase que ha de inscribir o seu nome na posteridade:
—É o que me queda: un pai borracho.
E agora, o que me queda a min, que é velas vir.
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8 comentários:
A objectividade das crianças leva-as a dizer essas pequenas pérolas. Lembro-me do meu pai me contar que quando eu era pequeno, observava com interesse as obras da casa de um tio, cheia de andaimes e ainda a tijolo. Disse então:
- Papá, porque é que o Tio tem uma casa nova e está a construir uma velha?
Beijo!
Ó, Raf, tu já gostavas é de dar volta à realidade em pequenino.
Eh, eh, eh, já me fartei de rir com o teu texto e com o comentário do refeirito!
Os putos são assim mesmo: boca grande e solta!
E adorei a foto! Já lá vai um bom par de anos que não vejo essa gazela... (*_*)
Ah, ficou linda mesmo a tua foto, Teté. Assim, em pequeninho, dá mesmo para sonhar com mares nunca dantes navegados, he!
O Rafeirito sempre tem uma para contar. (`_^) (E não é admirável como ele lê cada texto e faz o comentário oportuno, nem que tenha 400 blogues para visitar?)
A foto foi feita desde a janela daqui da sala onde trabalho. Beleza pelada, que o monte já se fartou de arder.
Pena que com a idade vamos perdendo a capacidade de dizer a verdade, nua e crua e passemos à fase da hipocrisia.
Tenho más recordações daquela cabra. Não que ela tivesse culpa de algo, mas pelo insólito do momento em que fomos apresentados.
Em 1996, rumava eu à Galiza e Astúrias para mais umas férias de Verão, algures na estrada entre Caminha e Vila Nova de Cerveira começou-me a apertar um sono que só não parei logo porque não gosto de parar na berma e não havia por ali onde descansar um pouco.
Tinha conduzido desde madrugada e havia duas noites que não pregava olho (como era costume sempre que ia de férias). Então foi só quando me gritaram ao lado é que dei por mim na faixa da esquerda, quase a pisar a berma e a dormir ao volante. Não veio nenhum carro de frente, ou então tínhamos morrido os três.
Andei mais uns minutos e encontrei o caminho para o mirador do cervo, onde paramos para comer uma fruta, descansar um pouco e meditar sobre a sorte que tivemos, antes de seguir viagem para as Rias.
Nem sempre estas coisas acabam assim tão bem...
Beijos.
Hm, CãoSarnento. Tornaste hipócrita? Não acredito. Mas então estás a mentir e deverei acreditar. (Ou será que ainda não alcançaste a idade em que a gente passa à fase da hipocrisia?)
Pois, não deveras ter más recordações, já que estás vivo e imagino que o susto serviu dalguma coisa: gozar dumas boas vistas e aprender que se deve parar quando o sono aperta.
E pudeste ver a minha casa desde o Cervo, que naquele ano estava em construção, he! Hoje havias ver também a ponte que atravessa o rio.
Pobre rapás, o que lle queda... E mira, agora que usa lentillas non te é tan simpático...
Condado, véxoo tan pouco des que se "independizou", que nin reparara en que usaba lentillas. Co ben que lle quedaban as lentes! Simpático segue sendo, o que pasa é que está nesa idade en que a simpatía se reserva para as mozas, non para os pais.
Por certo, que mañá pola mañá hai actividade na Biblioteca da Nova. Eu vou ir aló, quer que sexa só para despegar unha horiña os ollos do ordenador.
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