sábado, 28 de março de 2009
Cepticismos
Um dos meus J veio ontem a me tirar da casa. Jantamos, falamos, fomos aos copos, falamos... essas coisas que os amigos fazem. Depois encontra-mo-nos com uma conhecida do J que estava com outros dois gajos e ficamos com eles, mais copos, mais falas, alguma caipiroska, algum caiprochão... Em determinada altura (os copos...) vi-me em conversa a dois com um deles, nortenho que distinguia vês de bês. Lá saiu o passado, o futuro, Cerveira, Europa, Sócrates (o ateniense!), Thomas Moore..., a internet.
—Sou céptico —disse ele—, aquilo é menos do que superficial, é anonimato, gosto de falar olhos nos olhos com as pessoas numa esplanada baixo as estrelas...
—Não é bem assim —disse eu—. É um espelho da realidade, há o mesmo de bom e de mau do que no mundo tangível, permite escrever, permite ler o que outros escrevem no outro extremo do mundo, permite disfarces, permite despir-se, sentir que se toca, sentir-se tocado...
Depois veio o xau-fui, cada um à vida dele.
Nem sei como o gajo se chamava, nem onde mora, provavelmente não o vá ver nunca mais... Quem sabe? Se calhar passei a noite no computador a falar com um interlocutor anónimo e imaginei a esplanada e os copos.
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30 comentários:
É curioso como gente supostamente culta e inteligente tem tanto receio de mudanças, na forma de comunicação...
Um amigo meu de 50 anos vai casar (pela primeira vez) com uma fulana brasileira que conheceu na net - quer dizer, agora já se conhecem ao vivo e a cores há mais de um ano. A mãe dele está assustadíssima com a ideia!
Mas que garantia tem qualquer casamento? O facto de ir casar com uma amiga de infância, conhecendo toda a família, até a gerações do início do século passado dá alguma garantia?
E o facto de conversar com alguém que é amigo de um amigo dá certezas que seja uma pessoa de confiança, que não te impinge um chorrilho de mentiras?
De facto é como dizes: um conhecimento passageiro ou um anónimo na net é praticamente a mesma coisa! Quase toda a gente é igual num e noutro lado, com o tempo os defeitos e qualidades de cada um vem ao de cima... (`_^)
Beijocas!
(xi pá, que grande testamento...)
Testamento, sim, Teté, mas não sobra nada nele. Por uma vez (he!) entendeste na perfeição o que eu queria exprimir. Nem mais, nem menos.
Beijoquita!
Ummm... Quixera eu que o nortenho escribira nun papel o que tal falou. Hai de todo, pero aquí, como, aquí tamén, ou é que estamos noutro lugar? Mentres haxa comunicación, as veces brillante mesmo, paga a pena entrar...
(Perdón, esquecía de ser un pouco rabudo)... Comunicación, as veces tan exhaustiva como a de Teté... :D
Era um tipo de veras interesante, Condado, en aparencia intelixente, culto e sensible, pero cos receos típicos que provocan os prexuízos. E se falei deste tema (que tanto debate ten suscitado na túa casa, xa sabes, con algunha convidada agora conversa, hehehe!) foi pola curiosa fin da historia, tan da net, desde ese punto de vista.
Si, Condado, sen ir máis lonxe, Teté: unha persoa coa que merece a pena comunicarse e que probablemente nunca habiamos coñecer doutra maneira.
Que hei-de comentar?? Já ri a valer numa noite de copos.. de malte e de gelo.. com dois amigos virtuais.. melhor que algumas em esplanadas de verdade.. :)
Beijooo Grande ;)
(A verdade está sempre lá...)
Tá-se bem, tudo com moderação é que é (fora o malte!)
(Ai, essa esplanada virtual que virou musseque de estórias desenhadas na areia vermelha...)
Beijito pequenito!
Mais "superficial", nem na internet...
És uma "gaija" muito perspicaz...
Acho que há lugar para tudo e temos que nos adaptar, se não ainda andávamos a escrever em blogues (ou blocos) de pedra.
Beijinho.
Pois a min a linguaxe do corpo dime moitas máis cousas que so a escrita, aínda que ás veces non lle queiras facer caso e penses que te trata de prexuízos.
Que era máis interesante, o que dicía ou como miraba cando o dicía?
Ao mellor e que simplemente, sempre fun algo reacio ós cambios non programados.
Naturalmente, há lugar para tudo, Cão(somente), e há muita conversa insubstancial na internet e blogues absolutamente estúpidos desde o meu ponto de vista (o meu, insisto), mas por isso mesmo penso que isto cá é idêntico ao que há fora e estou bem cá, porque tenho mais facilidade para escrever do que para falar, para entrar em contacto com outras pessoas através da escrita. São carências minhas, pronto. Mas se não fosse isto, eu nem escrevia uma linha nem tinha lido maravilhas que por aqui (na internet) pairam nesta estava a trocar opiniões contigo destas horas. (`_^)
Claro que si, Couselo. A min tamén me gusta falar ollos nos ollos coas persoas, pero iso non implica necesariamente que este medio sexa nin mais nin menos superficial do que estar na barra da Pepa a arranxar o mundo.
O que era interesante era a conversa. A mirada... que sei eu, de miradas?
Conheço uma moça que quando estava na esplanada, um tipo para meter conversa com ela perguntou-lhe se tinha Hi5, porque gostava de a conhecer melhor. Acho que é um sintoma da confusão que anda por aí, nem a internet é assim tão fria e distante nem o contacto pessoal é tão caloroso, tudo depende dos intervenientes que estão em cada ponta.
Beijo!
Nem mais, Raf.
Beijinho
O que faz o vinho...
Tu é que sabes, Reizito: se não tivesse bebido, nada disto teria acontecido. Em boa hora falava eu com um desconhecido se não tivesse a língua e o cérebro a nadar em álcool de queimar. Então para que está a internet?
Eu também sou da mesma opinião. Quanto aos conteúdos e quanto aos motivos, porque também não sou "menino" de grandes conversas "em directo".
E viva a internet!
E eu que te julgava grande conversador, Cão(somente). Ihhh, como engana este médio, hehehe! Mas afinal sabes escutar, isso denuncia-se até na olhada.
Cepticismo por cepticismo é melhor levares o computador da próxima vez que fores para uma esplanada.
Saudações do Marreta.
Acho que vai passar muito tempo até voltar a uma esplanada e aos copos, Marreta. E depois o computador é de escritório...
Polo menos aínda o pasastes ben entre copo e copo. Saúdos
Entre copo e copo o que pasamos foi frío, Suso Lista. (`_^)
isto, querida sun, sucede cando se pasan demasiadas horas diante do ordenata: que a realidade e a ficción se confundem, os músculos do brazo do rato anquilosan, e a popa sofre estragos das horas no asento. Saia máis, ande.
De todos xeitos, a cousa parece que prometía, antes do xau-fui
É certo que paso moitas horas diante do couso este, Kaplan, e cada día menos a gusto. Pero tamén é certo que camiño e fago moito deporte e xa quixera vostede ter a miña popa.
A cousa prometia? Vaia.
Eu tamén gosto de falar coa xente mirándoa ao ollos...e nunha esplanada estrelada aínda máis...pero continúo a pensar coma ti, ademais, unha cousa non quita a outra, non?
saúdos
O malo das esplanadas con estrelas por riba, A Conxurada, é que ou atendes ás estrelas ou atendes aos ollos -fora dalgún momento en que se poidan botar estreliñas polos ollos tamén, pero aí empeza a sobrar a esplanada. (`_^)
Que pasas unha boa Seman Santa
Moitas grazas, Susiño, pero xa sei o que me vai tocar: seguir aquí pegada.
Bicos e pásao ti ben por min
Então isto está em stand-by, ou foste em peregrinação a Santiago?
Saudações do Marreta.
Está em stand-by, Marreta, mas lá vou colocar alguma coisa ainda hoje ou amanhã.
Em peregrinação eu só vou à máquina do café...
Beijo
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