domingo, 22 de março de 2009

Sen comentarios / Sem comentários

Hoxe a desbrozadora plantoume cara, hostil. Chorei por non gritar (e tamén porque me doeu a man cando batín co puño no valado... por non gritar). Rendinme antes que desatar a machadazos con ela, ou peor, comigo: dúas horas a tentar póla en marcha é moita paciencia.

Hoje a roçadeira enfrentou-se-me, hostil. Chorei por não gritar (e também porque me doeu a mão quando dei um soco no muro... por não gritar). Rendi-me antes que desatar a machadadas com ela, ou pior, comigo: duas horas a tentar arranca-la é muita paciência.

Para me eu lavar da rabia, entón, lavei a moto de tanto pole dos piñeiros. En balde, claro. Non lle durou cinco minutos o brillo. Pero eu xa resplandecía, mirando ao monte.

Fuxín á Arga.

Para me eu lavar da raiva, então, lavei a moto de tanto pólen dos pinheiros. Embalde, é claro. Não lhe durou cinco minutos o brilho. Mas eu já resplandecia, olhando ao monte.

Fugi à Arga.

Mansa e esgrevia, coma sempre, a Serra acolleume agasallándome coas flores mínimas a agromar na terra enxoita.

Mansa e agreste, como sempre, a Serra acolheu-me presenteando-me com as flores mínimas a desabrochar na terra enxuta.










Logo mergullei no son do regato para esquecer o barullo do meu remoer de dentro.

Logo mergulhei no som do ribeiro para esquecer o barulho do meu remoer de dentro.










De volta á casa trouxen acougo e tres pedriñas: unha branca, unha prateada e unha dourada.

De volta à casa trouxe sossego e três pedrinhas: uma branca, uma prateada e uma dourada.










O que non atopei foi as palabras que buscaba para mandar á fin da terra, ese abismo no que estou sempre debruzada, desde onde nada que se enxerga é todo.

Hai quen porfía en sacudirme, seica.

O que não encontrei foi as palavras que procurava para enviar ao fim da terra, esse abismo no que estou sempre debruçada, desde onde nada que se enxerga é tudo.

Há quem porfia em me abalar, parece.

(Entrei nas caixas de comentarios de tantos blogues agora. Escribín, borrei, saín...)

(Entrei nas caixas de comentários de tantos blogues agora. Escrevi, apaguei, saí...)

12 comentários:

Anónimo disse...

A Natureza está sempre à nossa espera, quando tudo parece ruir à nossa volta.
Passear entre os pinheiros, escutar o leve cantarolar de um regato, inspirar o ar puro que ainda resta neste planeta envenenado, falar sozinho, pode ter um efeito mais calmante e salutar do que uma caixa de comprimidos.

As motas são um pau de dois bicos: por um lado dão-nos uma imensa sensação de liberdade, mas quando dá para o torto, são extenuantes. E agora já têm motor de arranque, porque quando eram de pedal...
deve ter sido da lavagem. Água e electricidade não ligam bem eheheh.

Beijinho.

Sun Iou Miou disse...

Acho que vou (tentar) traduzir o texto, Cão(somente).

Beijinho

condado disse...

Penso que vou buscar esas flores que medran entre pedras pola serra da Anta...

Sun Iou Miou disse...

D'Arga, Condado, que andas trocado de letras esta mañá. Entón hoxe non se traballa? Vida de can a túa...

Rafeiro Perfumado disse...

Hoje, confesso, se não houvesse tradução no primeiro parágrafo ficava a pensar que não tinha funcionado o tractor, nunca a moto. E ainda te preocupas em dar-lhe brilho? Depois fica mimada e faz birras como a de hoje! ;)

Beijocas!

Sun Iou Miou disse...

Nem traduzindo, Raf! Ninguém sabe o que é uma roçadeira, uma fouce com motor? Como se chama isso em português. Mas claro, vivem todos em cidades, que sabem o que é uma máquina de cortar erva, isso que é como uma guadanha mais com motor...?
Auxílio! Somebody help me!

(Viste? Fiz o que me disseste, mas com pouco sucesso. Vejo.)

Teté disse...

Ah, então era uma máquina de cortar relva motorizada? Cujo motor se recusou a arrancar? E depois deste banho à mota e foste passear... (`_^)

Pois é, acho que eram motores a mais, acho que o pessoal acabou a confundir a motorizada com a máquina da relva... eh, eh, eh!

Confesso que também não descobriria se não tivesses traduzido. Há dias assim, em que custa mais a decifrar palavras alheias... (`_´)

Sun Iou Miou disse...

Vou tentar traduzir tudo de agora em diante, Teté. Vou tentar. Talvez até vou procurar um professor de português, ver se aprendo alguma coisa.

Tá-se bem! disse...

És muito linda! Sabias? :)

Beijo de segunda já terça (hei-de ir a essa serra, um dia... )

Sun Iou Miou disse...

Essa serra não é para toda a gente, Tá-se bem: é só beleza simples, onde o canto dum pisco e o chocalhar acompassado duma vaca que pasta muito ao longe são grandes acontecimentos.

Beijinho de hoje e amanhã mais

(Se vieres, sabes onde tens pousada, mas não tragas os gatitos, que cá a minha família não distingue gato amigo de inimigo.)

Tá-se bem! disse...

Sun Iou, querida :) Gracias pelo pouso... assim será se um dia também vieres à praia! ;p

Quanto aos gatos, é com grande preocupação que informo: parece-me que a família felina está a prestes a aumentar :o ai a minha vida!!

Beijoooosss cansaditos!

(Por onde andas? trabalhando?)

Sun Iou Miou disse...

Ando por dentro de mim, Tá-se bem!

Fica tranquilo, pese à crise, lá se arranjará alguma coisinha para a semanada da próxima ninhada. Ou se calhar devia era oferecer-lhe à mamãe gata uma ligadura de trompas? Talvez o veterinário me faça um dois por um quando levar à Lima.

Beijinho