terça-feira, 27 de outubro de 2009

Lamento (vinheta)












Tristeza mais triste é aquela que não se ouve.

Em "De como se vazou a vida de Ascolino do Perpétuo Socorro"
no Vozes Anoitecidas de Mia Couto


Por isso deito pela janela fora a mobília das palavras caladas, não se me vaze a vida para dentro, não vá virar o mundo um silêncio de atear fogo em pontes, cavar abismos com os dentes aguçados, erigir montanhas altas de pedras como desesperanças à minha volta, oceanos de ervas com seus chapeuzitos de orvalhos afogando-me os sentimentos dos pés.

6 comentários:

João Paulo Cardoso disse...

Uau!!

Poesia gótica!!

;)

Beijos.

Sun Iou Miou disse...

Tão vampiresca estou, JPC? Vou ter de mudar de sombra de olhos... ou de dentes.

Teté disse...

É isso mesmo, para a tristeza ser menos triste há que gritá-la aos sete ventos! (não tenho a certeza se resulta, mas, pelo menos, a pessoa desabafa e sempre lhe faz menos mal às entranhas...)

Os meus pés também são muito sensíveis!!! (*_*)

Sun Iou Miou disse...

Ui, e que mal sabe molhar os pés, Teté! (`_^)

condado disse...

Andan baixos os sentimentos, pois, e... se non é polo jacuzzi nin a pantalla plana... non consigo entender

Sun Iou Miou disse...

Pode ser por moitas cousas ou causas, Condado, incluso por ningunha. Polo jacuzzi e pola pantalla plana abofé que non. De entender está fácil, aínda sendo incomprensible.