quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Epistolário interrupto
Hoje não tendo mais nada para desvairar, vou falar em cartas, não das que não recebo, mas daquelas que já não (te) escrevo (ainda bem em português de vês e bês, como tu gostas, isto não rima, que fica um horror ridículo compor parelhas de versos no meio do que nem prosa é, mas palavras soltas a denunciar a falta que me faz monologar contigo). Mas não devia, que sinto vergonha, depois dos deliciosos momentos que me brindou o ALA, entre o desespero e a ironia, entre o que se dizia e se silenciava, vaidoso ou inseguro, num percurso de subidas e descidas de humanidade plena.
E como resulta engraçado ouvi-lo falar há quarenta anos, ora crendo-se génio, ora escrevedor de calhamaços!
A gente devia voltar à incerteza dos correios postais e a escrita à mão para tentar aprender a viver sem esta angústia desoladora pela imediatidade. Entretanto, vem-me à cabeça o ditado popular: "Quem tem burro e anda a pé, mais burro é". Mas que faz bem andar a pé, às vezes, com a promessa da chegada no horizonte e sabendo que está aí o burro se nos cansarmos...
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10 comentários:
Olá querida Sun
Que tudo esteja a correr bem por este bataclán, assim desejo.
Eu adoro receber cartas, escrever também, mas de uns tempo para cá, recebo somente cartinhas virtuais(e-mail).Sinto saudades dos papéis de carta decorado e perfumados, ganhava o meu dia quando recebia uma cartinha.
Muitos Beijinhos
"Euzita"
Eu ainda vou à caixa dos correios, Euzita, na procura duma carta cujo endereço não venha escrito em etiqueta de computador, como se fosse um acto reflexo doutros tempos. É claro, nunca aparece. É só missivas de bancos já e cada vez menos. Qualquer dia, fica a caixa também de boca aberta, na espera, como um cão velho que já não serve para caçar e lembra melancólico os tempos em que desenhava com o corpo o rumo das perdizes.
Non sei se as cartas pero o que estaba interrupto era este bataclán, igual que o outro do que falaste sen falar... Noite louca no bataclán, parece.
Non é a primeira vez, Deshoras, nin ha de ser a derradeira.
Deshoras, disse tudo. Noite louca no Bataclán. Por um momento, pensei que a polícia poderia ter fechado o "negócio", por conta da pressão das mui correctas e pias "Mães de Bragança".
Fico muito, mas muito contente de poder voltar ao Bataclán, e já agora, põe-me aí um martine "very, very dry" sifashfavoire!
Vai ese martini sequíssimo para ti, Oscar. E para as Mães de Bragança, uma ronda de "pipermin", oferta do Bataclán. `_^
Venho aqui só mesmo para desejar um bom fim de semana.
Beijos.
Ainda me lembro do tempo em que trocava cartas enormeeeeees com os amigos e amigas :DD e os namoradinhos, claro :D
JPC, já passou mais uma semana. ;)
Pois, Vani, mas não se é bom se é mau que lembres. Pode significar que ainda tens memória, mas também que vais indo velha... ;)
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