quarta-feira, 4 de março de 2009

Ás apalpadelas










Estaba convencida de que encontrara un estudo que ía dar un xeitiño á miña vida. Polo visto (velaquí unha frase ad hoc), hai importantes avances tecnolóxicos para levar a información visual ao cerebro a través do tacto. Unha, que xa lle vía atractivo a isto de falar polos dedos, alegrouse ante a posibilidade de que se transformase positivamente en dobre sentido común un dos dobres sentidos máis comúns da expresión “andar ás apalpadelas” (o outro xa era bastante positivo se apalpante e apalpado estaban de común acordo). Imaxinábao con todos os pormenores, incluso que inventasen protectores, tipo lentes de con-tacto, se non que grima (ihhhh!, arrepieime toda), rozar aí coas córneas cada vez que os ollos, digo os dedos, se nos fosen detrás de algo; que proído, ao se filtrar na retina o mollo picante por comer cos ollos, digo cos dedos.

É máis, se facemos caso do que dixo por aí nun comentario o outro (o outro é o Jonas, pero tampouco imos a andar ligando (?!) seguido nel, non se vaia emocionar e regrese á cova) de que din os sofistas (vou pensar que no sentido clásico de “sabios”, non no de espertos en artimañas para entrar de primeiros no ascensor da política, que non debía andar lonxe do pindárico de “leriantes” –estou vendo que aínda fago un máster acelerado en Filosofía) “maus conselheiros são os ouvidos e os olhos”, non nos debe estrañar que santo Tomé preferise tocar para crer, nin que tivese que ser escaravellando na ferida, que calquera se fíaba entón tanto como abundaban os efectos especiais, tipo multiplicación do pan e o peixe e viño do bo cando se acababa o malo nos casamentos, e iso que aínda non se inventara o cine nin os informativos. Xa imaxinan o bonito que había ser cando un político prometese montes e moreas en vídeos trucados que os votantes, virados todos santotomés, lle puidesen retrucar:

—Eu iso, só apalpándoo!

Pero non podía deixar de haber un pero, que por algo os verbos do primeiro parágrafo están en pasado... imperfecto. Porque para cuestións materiais ou carnais, o sistema ten un pase, pero que me expliquen como habiamos facer para contemplar a lúa e as estrelas. Ou será que tamén as temos que tocar para saber que existen?

11 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Andar às apalpadelas só entrando, sem querer, no balneário da equipa feminina sueca de natação sincronizada... ;)

Sun Iou Miou disse...

Tu sempre podes entrar, Raf, disfarçado de cão de cego! (`_^)
Quem sabe? Talvez entres às cegas e saias alumbrado.

Anónimo disse...

Quem sabe se não seria interessante ver com os dedos, de ângulo diferente do habitual, algumas partes menos destapadas, sem que quem estivesse por perto desse por isso.
Na medicina a visão na ponta dos dedos podia ser muito útil. Em vez do médico fazer o toque rectal para detectar pelo tacto o tamanho da próstata ou um tipo ter de se sujeitar a um "marsápio" descomunal para fazer ecografia da mesma, bastava apenas um dedinho (quem quisesse mais, que pedisse eheheh) para fazer um relatório completo.
Em vez de lentes de contacto ou óculos, usavam-se luvas graduadas. eheheh

Beijinhos.

Sun Iou Miou disse...

É isso mesmo, CãoSarnento, quem quiser uma visão de grande angular podia exigir o dedo grosso do pé, ou até a mão inteira para conseguir nas endoscopias uma visão composta como a das moscas, mas acho que isso já foi inventado.

Tá-se bem! disse...

Isso! isso! A multiplicação do pão e vinho dava um jeitaço nesta altura... :|

Conheces aquela que diz que os espanhóis vêem com a ponta dos dedos? Também não sei porquê! :D

(não digas a ninguém mas eu sou um cadito míope)

Jonas disse...

O meu comentário foi excluído por mim ou foi censurado?
Estava tão ditirâmbico...
Mas agora já não me lembro de nada do que escrevi. Faz de contas que o leste, e até gostaste.

;)(são estes dedos que já não me obedecem)

Sun Iou Miou disse...

Tá-se bemzinho, nisso estava eu a pensar com os pão e os peixes... e o vinho. He!

Pelos dedos? Achas? Nunca ouvi. Vou ter de perguntar a algum espanhol. (`_^) Depois conto-te.

Não digas a ninguém, não, que eu também sou míope mas nestas idades até é bom, que nos salva da presbiopia

Sun Iou Miou disse...

Não censurei nada, Jonas, ofende-me isso vindo de ti. :P

Só apaguei agora o de "comentário eliminado" que não gosto de lixo supérfluo.

No teu blog aconteceu-me também uma estranha, já te disse, que me apagou o comentário com um erro e tive de reescrever. Não penses que os dedos não te obedecem: há uma conspiração maligna na rede.

Podes ter a certeza de que gostava se o lesse. Mas imagina só que que não gostasse e tivéssemos de voltar à guerra aberta. Não foi melhor assim?

Sun Iou Miou disse...

Ó, alvíssaras, Jonas! Encontrei o teu comentário perdido no meu gmail. He! Copio e colo, com licença, e respondo, posso?

Jonas disse:

E quantas estrelas existem que, de facto, já morreram? Como estrelas, digo eu, que em outra coisa luminosa ainda vão existindo aos nossos pequeninos olhos...
E mesmo a lua, será que ainda existe?
A pergunta não é assim tão idiota como parece, pois que as estações do ano andam para aí às cambalhotas, todas trocadas, fazendo nevar no verão e calorar no inverno...
Coisas de russos e americanos, certamente. Não estranharia se algum desses gajos - ou ambos - um dia decidisse matar a lua. Ao sol já lhe estão tratando da saúde, privando-o de iluminar a pobreza que grassa...
;)


E Sun Iou Miou responde apenas, a penas: talvez também nós estamos mortos e nem demos por isso, meu Jonas, e pior: ninguém dá. Mas então... que nos importa?

condado disse...

Muller de pouca fe... Vamos deixalo en que cas puntas dos dedos escrebes e que algunhas veces (algunhas veces) traspasas a pel de quen a diario te segue neste canto e, quen sabe, se estás máis lonxe que as estrelas(algunhas veces)...

Sun Iou Miou disse...

E máis non digo, Condado... (*_*), xa me entrou un lixo nun ollo.