sexta-feira, 20 de março de 2009

A cadea rota










Nunca o hei de saber (sentir?):
hai certezas tan irremediables...
Montei unha delicada estrutura,
—agora a recoñezo tramoia—
que me amparase do medo,
tan fundado,
de prolongar noutro o desamor e a angustia
que me habitan dominantes.
O reloxo xa ditou as horas todas da vida.
As vindeiras
son para a deconstrución
total.
O labor, agoiro, vai ser arduo e funesto,
até alcanzar o tempo
da cinza leve.

10 comentários:

condado disse...

Que va, tan só nos transformamos, de flor en mazá, de un en outro idiota coma un...

Sun Iou Miou disse...

Non te armes en idiota, Condado, que o que tes diso faiche falta. E mais nos valía unha boa dose de idiotez...(penso en días alternos).
A teoría da transformación da materia fica bonita nos manuais de física e química, na pel loce menos.

Anónimo disse...

A teoria "eras pó e em pó te transformarás" (eu sei que não é bem assim, mas fui sempre pouco dado a estudos bíblicos), assenta sempre muito bem aos outros. Quando toca pela minha porta, quero é que se lixem as teorias.
Sempre me irritaram as pessoas que tentam confortar-me com um "todos morremos um dia".
Pois, todos morremos um dia, o que ninguém quer é morrer aos cinquenta anos.
Mas sinto que andas um pouco em baixo. Não te deixes abater por teorias, porque ainda falta muito daqui até aos 500 anos.
Havemos de os comemorar juntos eheheh.

Sun Iou Miou disse...

Tens razão, Cão(somente), é bem triste deixar-se abater por uma teoria. Será por isso que estou triste?

Anónimo disse...

Antecipas assim, o mais cruel dos meses? Agora vivo aqui, neste teu estado de muitas terras: na cidade que tem dois nomes. Nova morada em tudo. Beijos, do Oscar de sempre.

Sun Iou Miou disse...

Oi, Oscar, alegras-te-me a tarde em tudo, já morrendo, como um filho pródigo. Estranhei tanto os teus textos tão enormes. Então logo de noite mais noite, com vagar, passo pela tua morada virtual nova a deixar um beijo e a te roubar palavras.

Teté disse...

Por acaso não acredito nada nesse relógio, que dita o destino... (`_^)

O medo de prolongar o desamor e a angústia no outro lado? Que pensamento tão nefasto!

Em compensação, adorei a foto!

Beijoca e bom fimde!

Sun Iou Miou disse...

Não noutro lado, Teté, noutrem.

A foto é mais do que uma foto: é a mensagem.

Beijoca para ti

Anónimo disse...

Se vamos por similes biolóxicos, prefiro o das metamorfoses, ainda que se cadra, ese mete máis medo aínda. Tamén pode ser o das xeracións alternantes, pero para percorreo novamente o mesmo camiño, non sei se presta.
Case quedo co das árbores: pechar a circulación nas polas perdidas e rexenerar por partes novas.

En fin, que o que escribes da medo e busco algo para escapar.

Sun Iou Miou disse...

Polo que vou vendo nos comentários (e máis na ausencia deles), Couselo, dá medo. Pero mentres o vaia escribindo, non hai nada que temer. A escrita é un exorcismo: pensar de alto aínda significa que pensas.

O medo, se acaso, resérvao para o día que deixe de crer na capacidade rexeneradora da escrita (que tamén teño días deses).

E deixa un pouco a flauta e vai xogar cos teus fillos.

Bicos