segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dessonhar ternuras










Ele mentiu-lhe ternuras para melhor passar o dia. Ela, desistida, deixou-se segurar pela cintura contendo o alento para não afogar tão logo, que as águas eram fundas e turvas, povoadas de algas castanhas, viscosas, tentaculares. Os espinhos das rosas que lhe ofereceu feriram-lhe as mãos, como se chorassem pedaços líquidos de vida, enquanto os tubarões sorridentes, dentudinhos, à espreita, abanavam a cauda.

18 comentários:

Teté disse...

Por acaso conheço alguns tubarões desse género, que mentem com a dentuça toda... e, até ver, dão-se bem com a vidinha!

Mas rosas sem espinhos não são rosas, pois não?!

Beijoquitas

Sun Iou Miou disse...

Nem tubarões sem dentes são tubarões, Teté, `_^.

Kapikua disse...

Foi caçada de (des)encantos!

Beijo!

- este Natal comprei o livro do Valter Hugo Mãe, O remorso de Baltazar Serapião!
Depois comento contigo!

Sun Iou Miou disse...

Espero ansiosa esse comentário, Kapikua. Mas olha bem o que dizes, que ele é meu amigo. ò_ó

Os tubarões tem direito à vida.

Beijito

Kapikua disse...

então o melhor é fazer já um comentário elogioso antes que leve na tromba! :)

Tinhas dito que não ia ser fácil arranjar o livro, foi logo à 1ª numa livraria de uma pequena cidade do centro Tuga, entre Leiria e Coimbra!

Sun Iou Miou disse...

Só queria dizer que não ias encontrar as montras forradas de livros dele, Kapikua. Ou que talvez encontraste o único exemplar que ninguém quis comprar. (Ele mata-me).

Mas tenho a certeza de que os comentários que faças vão ser elogiosos ou não partilhariamos gostos blogo-literários.

(Esqueceste mandar-me beijos. Que não se repita. Mando-te um BEIJO GRANDE condicionado a que na próxima visita compenses esta falta grave de carinho.)

Anónimo disse...

Sabido é que non hai algas sen visgo nin rosas sen espiñas

Anónimo disse...

Valter Hugo Mãe?

Sun Iou Miou disse...

En canto ao primeiro comentario, Kaplan, só me resta engadir: nin tiburóns sen dentes.

Sun Iou Miou disse...

Respecto ao segundo comentario ou pregunta, descúlpeme, Kaplan, pero non sei qué pregunta. Se repite, con todas as palabras que deu por sobreentendidas, agradéceselle.

Alma disse...

Há um tirador de espinhos e amordaçante de "tubarões sorridentes" escondido, algures entre a cintura dela e um espaço ligeiramente acima da sua cabeça... Talvez ela o encontre.

Alma disse...

Ah, e a(s) fotografia(s): uma varinha de condão entre o destino e a genialidade.

Anónimo disse...

Estábame a referir ao comentario de Kapikua, en que dicía ter comprado un libro de Valter Hugo Mãe. En fin, por non mirar en jujel

Sun Iou Miou disse...

O Kapikua, Kaplan, referíase a un libro do valter, de que falei nun texto que hai aí un pouco máis abaixo:

http://istononeuncabare.blogspot.com/2009/11/o-poeta-que-virou-prosador.html

Bendito jújel!

Sun Iou Miou disse...

Espaço ligeiramente acima da cabeça, Alma? Entre o cabelo? Vou procurar: espero não encontrar piolhos. :)

Sun Iou Miou disse...

"Condão", tive de procurar essa no dicionário. Ai... Sem exageros, por favor, nem que venham bem nesta ausência total de auto-estima. :) (Já me arrancaste dois, que bom!)

Tá-se bem! disse...

para além de tolos ainda acreditas em gaijos dentuças!?? hummmm >:)

Beijo sem espinhos/ou espinhas :)

(Vai lá ao féisbu fazer rx à tola! ehehehehe)

Sun Iou Miou disse...

Tu dá cá os beijos, Tá-se bem, que fica da minha mão, digo dos meus dentes, arrancar-lhes os espinhos. Nhaque!

What's going on on féisbu? Is it party time? Let's dance ou quê?! 'Tá bem, vou, mas não prometo nada. Hihihi!

(As ternuras são meiguinhas, mesmo quando são verdades só de segundo e meio.)