terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Recado mudo só não dos olhos ou espelho
Eu nem te digo nada. Tu é que sabes —digo só, que é frase que dizem vocês como para dizer vê lá tu o que fazes, que a mim, raismepartam monocorde, nem me aquece nem arrefece, atitude táctica de quem está numa de congelação externa e fogo acesso nos adentros fundos dos fundos abissais onde os peixes desiluminados cospem luzinhas às trevas. Nem te digo nada, digo, e calo, podes ficar nesses íreses e víreses, pois que eu já fui e vim tanto que tem momentos, horas, dias, que nem sei se vou indo ou estou(-me?) vindo ou ando ficando.
Não vou, por isso, pedir-te para ficares se não queres ficar, nem para te dizer que vás, se não queres ir, mas para calar tudo, emudecer só não dos olhos, espelho que afinal nem vês, nesses teus longes que habitas. Contudo ou nada, se fosse para dizer coisa nenhuma, só se fosse e apenas isso, num esforço sobre-humano de que me sei ignorante —incorporeidade frágil de se quebrar por um mínimo boquejar quando não devo—, se fosse, digo, suspirava um silêncio abafadinho de tristezas-saudades.
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4 comentários:
Mainada Sun Iou....
Estou contigo!
Beijo grande de ausência forçada!
Primeiro, deixa-me que te diga que achei a foto absolutamente fantástica!!! :)))
Há coisas que não são necessárias dizer de viva voz: um suspiro ou um olhar dizem muito mais! Isto, claro, quando os olhos se encontram... ;)
Beijoquitas!
Mainada, Kapik, também tu disseste bastante e muito bem dito.
Beijo num suspiro
Obrigada, Teté.
Se calhar é porque os olhos não se encontram que tem de andar a gente a fazer estes desequilibrismos verbais. ;)
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