Andava com um espaço enorme em branco no devenir e na cabeça que não sabia como havia de encher. Isto preocupa-me especialmente porque consequência dessa lagoa mental e vital é a falta de textos, de que o blogue e a minha concentração no trabalho se ressentem... muito. Até que esta manhã caí no tasco do Marreta e fui espreitar à ligação com que ele nos ilumina no caminho à superação da crise. Estes indianos têm uns mistérios paradoxais que abalam com a incredulidade convicta de qualquer um. Há quem tem sede depois de morto e há quem viva sem comer e sem beber (sen comer e sen beber, toda cheíña de frío, toda chea de dolor, diz a cantiga popular galega, aprendam alguma coisa de passagem). A mim, como a todos, assaltou-me a curiosidade. Será que também não...? De qualquer maneira, não adianta escarafunchar: já nunca o saberemos. Reparem que a investigação científica tem o gajo "em observação permanente, sob o olhar atento de 30 médicos", com câmaras a segui-lo dia e noite, do que se deduz que nem na casa de banho pode estar sozinho. E quem é o bonito que consegue meditar assim, hein?! (já não digo mijar ou cagar, que disso se calhar nem precisa), com sessenta olhos ―presumindo, no pior dos casos, a ausência de zarolhos no grupo de investigadores― ferrados nas intimidades duma pessoa?!
Ah, talvez pensaram que a minha dúvida existencial era se a abstinência em comidas e bebidas do abençoado pela deusa abrangia as fodas? Pois, também.
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O fulano, digo-vos, nesse regime não dura três telejornais.
18 comentários:
Trinta investigadores a observarem a vida de um tipo? Realmente está mais do que visto porque é que eu recusei uma carreira nessa área. Será que fazerm medições dos calhaus que ele larga, para estabelecerem padrões e coisas que tal?
E imagina, Rafeiro, que a investigação tem como fim declarado "ajudar nas estratégias de sobrevivência durante catástrofes naturais"!!! Quem acredita nisso agora? Se descobrem o segredo da existência sem comida nem bebida com certeza não vai ser nos mais desfavorecidos que o vão aplicar.
Uma coisa é certa, esse indiano nunca irá precisar de algálias, arrastadeiras, comprimidos para a digestão, laxantes e etc. Mau negócio para a indústria farmacêutica (já para não falar na indústria alimentar...), por tal a moda não deve pegar.
Saudações do Marreta.
Sem comer e sem beber, Marreta, se calhar nem precisa de trabalhar. Ora, eu digo-te, uma coisa é não ter necessidade de beber e comer e outra não beber nem comer nem sequer por vício! Tristeza de vida!
Pois eu abstenho-me de abstinências com funções tão vitais até porque sou o ser humano com mais instinto animalesco que conheço...
Se tenho fome, tenho de comer.
Se tenho sede, tenho de beber.
Se tenho sono, tenho de dormir.
E... aham... se preciso brincar com a salsicha... vou buscar ketchup.
Beijos.
Lembroume o Gran Hermano, que quere que lle diga, pero en científico e con batas brancas
(e pola seca blogueira non se angustie, que vde ten recursos abondo)
Ketchup, JPC? Hm... Eu gosto de salsicha mais com tomates naturais. ;)
(Cala-te.)
Vostede sempre tan xeneroso, Kaplan.
E ten toda a razón: un Gran Hermano unipersoal. Que agonía!
O portugués e demasiado pra min.
Pero entendo polo que dis que os estudios científicos do comportamento humano é unha obsesión dalgunhas series de tv?. Xa fixoo Sherlock Holmes fai tempo...
E os queriduchos andam a observá-lo, entre outras razões, porque também pode ser útil em estratégias militares...
Ah, pois é! Sempre quero ver como ganham guerras com soldados à fome e à sede...
Quanto à vidinha do tal abençoado pela deusa, pois, deve ser um bocadinho tristinha! :D
Beijoquitas!
Non, Ella, non entendiches absolutamente nada. :)
Parece ser (a noticia é un nada fiable pero en todo caso é graciosa é dá para escribir parvadas) que un indio da India de setenta anos consegue sobrevivir sen comer nin beber, extraendo a enerxía da meditación, polo que hai un equipo de 30 médicos con cámaras observándoo as vinte horas do día. O resto déixoo á túa imaxinación.
Pois, Teté, a ninguém lhe escapa que, caso de ser certa a notícia e existirem os milagres, que francamente... esse seria o objecto da investigação.
Mas quem sabe, Teté, como é a vida num estado de beatitude dessas? ;)
Beijoquita para ti!
Un santo deses precisabe eu pero alá polos trece ou catorce. Tarde piamos logo...
Sexa como fora, tampouco me vexo en moitas abstinencias. Se mesmo o interné tira por min coma se quixera trato carnal... E iso si que non. Fodas virtuáis xa é o último. (Mesmo o derradeiro).
Bicos arrefriados.
Repoña os cacharriños de soprar. Ghasteinos todos. Son un perfeccionista confeso.
Non sei que che diga, Setesoles. A min o de pasar sen comer case me daba un xeito (total, pouco a escoller me deixan os médicos).
En canto aos cacharriños de soprar, prefires cunca ou vaso? ;)
O mais giro é que publiquei o meu texto sem perceber que as notícias eram as mesmas, pois pensei que tinha sido ontem a revelação... querem ver que acabei de cometer plágio?
Beijoca e olha, desculpa!
O meu advogado vai-se pôr em contacto com o teu, Rafeiro!
Abracinho
Bem, tu já sabes a minha opinião, eu não chamaria a esses tipos médicos, principalmente ao neurologista dos terceiros olhos :P
Eu adoro estas notícias "cientifiquíssimas", Skynet. Dão material. ;)
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