Non parece, vendo e ouvindo a que está a caer, que onte a chuvia dese tregua para saír a ventilar o balor que se vai adherindo a medula dos ósos e comprobar, de paso e ao paso, que o mundo aí fóra, mesmo a rente do chan, continúa vivo e indiferente á agonía deste inverno interior que nunca máis termina.
(E agoniándome, desconfío que cando as nubes se disipen a calor se me vaia facer mesmo insoportable.)
27 comentários:
Nunca estamos de acordo co frio, a choiva, a calor. Polo mesmo sempre temos contas pendentes no noso interior. Sempre temos a impresión de que fáltanos algo; no canto de gozar o que temos, o instante. Nalgúns casos cando pasa o tempo, pensamos no felices que eramos, non o soubemos e deixamos pasar o instante.
Eu sabía, Xan, que este texto ía suscitar esa resposta. Pero se reparas na imaxe, pensa: é a foto dunha flor diminuta (non se aprecia o tamaño, recoñezo), duns 15mm de diámetro cun insecto dunha beleza para min sublime, moito máis pequeno aínda. Non hai chuvia, nin vento, nin frío, nin calor abafante que poida contra ese prodixio condensado, o instante que retrato para que non me fuxa.
E non, eu non son dos que pensan que antes eramos máis felices, nin tampouco dos que espera encontrar mañá a felicidade. Por sorte, sei moi ben apreciar cada segundo, aínda que ás veces ande neura... e non pare esta puta chuvia. ;) (A min a chuvia só me molesta porque non me deixa ir patinar e andar a gusto na moto.)
É certo non reparei na imaxe. Centreime no texto e así o comentario saleo un pouco distorsionado.
En absoluto, Xan, o teu comentario é absolutamente atinado. Quería facer unha reflexión sobre iso: o interior, o exterior, o relativo que é todo. E ti déchesme pé. ;)
Qué envidia me ha dado del bicho.
Um bispo pediu para rezarmos todos ao São Pedro para não chover na visita do Papa. Eu tenho dúvidas sobre a validade desta metodologia, já que foi demonstrado em vários estudos científicos (que só eu tenho) que sacrificar um galinha ao "demóino" em noite de lua cheia produz maior efeito nas condições meteorológicas :P
Um esclarecimento só, Skynet: tem de sacrificar toda a gente a mesma galinha ou é tipo uma galinha um homem (entendido em sentido laxo, homem, não galinha)? E a galinha deverá ser virgem?
O bicho, Ra, é para meterlle envexa a calquera, até a flor. Xa o viu ampliado?
Algo é amarelo ahi fóra, e serve de berce a un bicho ¿feliz?
Graciñas pola flor.
Excelente fotografia! Os bichinhos só têm essa realidade: querer permanecer vivos! As agonias de invernos interiores são exclusividade dos seres humanos...
Beijoquitas!
ps: ontem deixei um comentário no post anterior, que desapareceu...
Aqui te conto, em segredo, que tb a mim os professores tentaram desviar para as Letras eheheh. Mas eu recusei-me, teimosamente, e fui para a Biologia e a Química (fundia as duas numa só: Bioquímica, aqui, ó!). Faço o que gosto, agora, aliás, adoro, ensinar. Só não gosto de o escritório ser a mesa da cozinha e de o trabalho ser inconstante (agora ando com poucas aulas, embora com muitos trabalhos e fichas pra corrigir e aulas pra preparar pela primeira vez, outras para melhorar...).
Mas gostava de ser tradutora, tb... e jornalista de ciência. ^_^
entretanto contento-me em ser formadora de ciências várias (aquelas que tb me pagarem lol) e um escritora frustrada que só escreve em caixas de comentários alheios...
Já agora, estás desafiada!!! outra vez, ehehehe, e não te escuses, não!! ^_^
Feliz non sei, Ella, pero de barriga chea parece que ía. ;)
De nada.
Quen sabe o que anda pola cabeza dun bicho, Teté?
O desaparecimento de comentários sempre incomoda mas eu digo-te que não o vi por aqui. E lamento, porque os teus sempre são atinados.
Pois, Vani, vê-se que temos vidas antagónicas. Eu desisti da Biologia precisamente porque não gosto de dar aulas e naquele então aquilo não tinha futuro nenhum. A melhor professora que tive de matemática era licenciada em Biologia e assim, imaginei que esse seria o meu futuro! Horror de horrores! Quando entrei em Biologia, finalmente, o meu objectivo era esse: passar a ser tradutora especializada em Ciências. Não aguentou o corpo, mas também agora não lamento.
Aí o ten: a máxima demostración de que nunca chove a gusto de todos, de que o sol molestia tanto se sae como se non sae, e de que oxalá fose sempre de noite cando é día e viceversa.
Ande, sun, deixe o sol vir e que un pouco de calor nos faga sentir que polo menos estamos a tiro de pedra do vrao.
Esquecía: a foto da flor, ampliada, é magnífica. Parabéns
Bonita metáfora "a agonía do inverno interior que non ten fin", que ademais nunca concorda co exterior faga frio ou calor. Soio nos libramos dela en contados momentos(cando de ordinarios pasamos a ser extra-ordinarios ,é un chiste). Xa vexo ,e non de agora,que non te cega a visión da beleza ,armada da tua cámara e a tua poesia.Soio falta a moto e ahí estou contigo ¡me cajo no carallo!
Iso é o que me asusta, Kaplan, a proximidade do verán sen pasar por unha temperatura media, ese solciño que quece sem abrasar, que é o único que soporto. Por min podiamos estar a vinte graos todo o ano. Pero non vou ter sorte. ;)
O mérito da foto é da máquina e do azar que me puxo diante a oportunidade. Pero grazas.
A moto e os patíns, Tronkimazín, que este ano andan infrautilizados. Pero ganan os cans en paseos e a cámara en fotos.
Pois eu acho que o meu corpo faz fronteira com o pólo Norte! Todo o ano é inverno em mim!
Beijo gelado!
Tu queres mas é que eu te mande um beijo com muito calor para descongelares, não é, Kapik?
Beijo de bico em flor! ;)
Ui que até me arrepiei com esse beijo!
Fez-me lembrar a ementa do restaurante :)
Beijo descongelado
Hihihi! E eu que estive para perguntar, Kapik, se aquilo não seria escaldante a mais? ;)
Tenho de medir muito o que digo em português.
O becho anda coma min, cun respingo no nariz de tanta escala-e-frío...
(e non digo nada, que conste, pero por baixo da flor hai unha especie de chinches con mala pinta)
Estou com o KapiK, no Polo Norte...
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PS: por que razão agora toda a gente pede verificação de palavras?
Acaso algum analfabeto escreve comentários, alguma coisa que seja?
;)
A verificação de palavras, Jonas, é por causa do spam. Tinha visitas de japos continuamente numa postagem. Eles tomam-a com uma e são teimosos e só assim se pode combater. Tu, a propósito, tens a rebita cheia de visitantes desses a dançar ao ritmo da "dita cuja". ;)
Tu também queres um beijo descongelador como o Kapik, avô? E quando eu te pedi um copinho de malte deste? Deste? O gelo foi só que me deixaste catar! ò_ó. Mas está bem, vá para aí um beijo que nem microondas à máxima potência...
O que anda por baixo, Condado, ou é parte da flor (non me fixara cando a fixen) ou é unha eiruga (lagarta, para os tugas.)
Pois si que andamos bos todos aquí congelados (e hoxe máis frío). Apaña o que queda, que acabaron os bicos, digo, os beixos (ándame o persoal moi alterado con tanto equívoco lingüístico).
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