Prova de que a poesia não me (nos) faz melhor(es) pessoa(s)
É domingo de entrudo. Almocei já, cedo hoje, mais do que é costume, meu. Estaciono (um falar) a burra sob a janela fechada da Biblioteca fechada, talvez ainda elas venham a aprender alguma coisa por contágio. Olho em volta. Está o ambiente animado. Toca fugir, pois. Pois. Não fossem os "porens..." que virão mais tarde. É preciso ter (a gente, eu) muita calma. Entro na pastelaria e peço, sff, para me levarem um bolinho de maçã e um chá bastante preto à esplanada. A esplanada são três paredes e nenhum tecto dum prédio antigo, enfrente, com vistas ao edifício e o jardim da Biblioteca, belíssimos, estáticos, calados. É para o que der, e dá-me, o lugar idóneo, numa rua próxima ao terreiro e afastada do seu bulício, em que pouso o corpo dolorido e lanho das páginas dum livro irregular de capa roxa poemas, imatéria dum poeta excelente se fosse mais crítico consigo ou tivesse um bom amigo que às claras lhe dissesse: olha, que isto aqui é merda, mesmo.
9 comentários:
Era suposto a poesia tornar-nos melhores pessoas?
Quem te enfiou essa?
Ninguém me enfiou essa, ora, Jonas, que sou grandinha! Ouvi dizer a umas meninas no outro dia (meninas de trinta e tal, repare-se na minha bondade ainda) e enjoei. Quem enjoa, o melhor que pode fazer é vomitar.
E de qualquer maneira, Jonas, o relato não termina aqui. O meu lado escuro ainda está por sair à luz.
Conselho de 'abuelito':
O teu blog não deve ser (nunca!)o melhor local para vomitares.
E deixa lá em paz o teu lado escuro.
Vai tanta escuridão neste mundo e tu ainda o queres escurecer mais?
Tenta um sorriso, samba um samba, reviranga-te em pasodobles e em flamengos e manda 'às urtigas' as pequenas tricas em que te deixas envolver... (suponho eu)
Por estas bandas costumamos dizer que «quanto mais nos baixamos, mais se nos vê o cu!», por isso, mesmo que o tenhas bem bonito de se ver, não o mostres a ninguém, baixando-o...
ps: PQP!, pareço mesmo um velho padre a falar...
hehe!
;)
(... e o Kapik que nunca mais volta!)
Ai, vovôzinho, então se não vomito no meu blogue o que faço com o vómito? Engulo-o? O meu lado escuro é o único que me faz sorrir um bocado. E não suponhas tanto que faz mal à cabeça.
E eu agora ando a mostrar o cu? Achas que me baixei? E como podia desde a minha pouco altura baixar mais? Tenho eu cara de minhoca? Diz ao JB para te levar a passear que está um lindo dia para quem goste deste sol do caraças. Já podia vir a chuva!
(Fosse eu o Kapik, nunca mais voltava, ó Jonas! Aliás, acho que já lhe dei esse conselho. Ele é que estará a sambar ou o que quer que se dance lá pelos Moçambiques.)
Medo dá se isto é apenas primeira parte!! mas gosto, sim senhora! Grande verdade dizer o que estás a dizer. Muitas vezes há necessidade de amigos que digam: isso aí é merda escrita! E deve ser o mesmo amigo que costuma dizer: bravo! (Eu tenho sorte.. vou tendo esse amigo, mas nao costuma dizer merda, prefere falar em preguiçae "necessidade de trabalhar o texto"...)
Continua com o relato, tou intrigada mesmo.
Beijinho.
Tu já sabes que não gosto de poesia e que não consigo ler seja o que for de Fernando Pessoa sem pensar duas coisas, uma que é "este tipo foi um esquizofrénico magrinho" e outra que é "o Eça de Queirós disse isto mesmo em prosa e de maneira muito melhor!", mas já imaginaste? Se, de facto, a poesia nos tornasse melhores pessoas e se, nesse pressuposto, eu gostasse de poesia, já pensaste que tipo de pessoa seria eu? Talvez um anjo, mas olha que nem sei...
Fica descansada que não vou dizer aqui que a poesia (sem uma música que lhe dê "razão de ser") é coisa de panascas. Tenho a noção dos limites, galeguita.
Conheço a expressão delicada, Pau: "Ainda tens de apurar um bocado o estilo", hihihi!
Tu deixa de ser mentiroso, Besugo, que eu sei que gostas de poesia, só que és tão ignorante que não sabes que gostas. Ou então não cheguei eu a um blogue de poesia de que tu gostas através de ti? Tch, tch, tch... seu aldrabãozinho!
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