sexta-feira, 18 de março de 2011

O ogro mascarado de plácida leitora de poesia (1)

Prova de que a poesia não me (nos) faz melhor(es) pessoa(s)

É domingo de entrudo. Almocei já, cedo hoje, mais do que é costume, meu. Estaciono (um falar) a burra sob a janela fechada da Biblioteca fechada, talvez ainda elas venham a aprender alguma coisa por contágio. Olho em volta. Está o ambiente animado. Toca fugir, pois. Pois. Não fossem os "porens..." que virão mais tarde. É preciso ter (a gente, eu) muita calma. Entro na pastelaria e peço, sff, para me levarem um bolinho de maçã e um chá bastante preto à esplanada. A esplanada são três paredes e nenhum tecto dum prédio antigo, enfrente, com vistas ao edifício e o jardim da Biblioteca, belíssimos, estáticos, calados. É para o que der, e dá-me, o lugar idóneo, numa rua próxima ao terreiro e afastada do seu bulício, em que pouso o corpo dolorido e lanho das páginas dum livro irregular de capa roxa poemas, imatéria dum poeta excelente se fosse mais crítico consigo ou tivesse um bom amigo que às claras lhe dissesse: olha, que isto aqui é merda, mesmo.

9 comentários:

Jonas disse...

Era suposto a poesia tornar-nos melhores pessoas?
Quem te enfiou essa?

Sun Iou Miou disse...

Ninguém me enfiou essa, ora, Jonas, que sou grandinha! Ouvi dizer a umas meninas no outro dia (meninas de trinta e tal, repare-se na minha bondade ainda) e enjoei. Quem enjoa, o melhor que pode fazer é vomitar.

Sun Iou Miou disse...

E de qualquer maneira, Jonas, o relato não termina aqui. O meu lado escuro ainda está por sair à luz.

Jonas disse...

Conselho de 'abuelito':

O teu blog não deve ser (nunca!)o melhor local para vomitares.
E deixa lá em paz o teu lado escuro.
Vai tanta escuridão neste mundo e tu ainda o queres escurecer mais?
Tenta um sorriso, samba um samba, reviranga-te em pasodobles e em flamengos e manda 'às urtigas' as pequenas tricas em que te deixas envolver... (suponho eu)
Por estas bandas costumamos dizer que «quanto mais nos baixamos, mais se nos vê o cu!», por isso, mesmo que o tenhas bem bonito de se ver, não o mostres a ninguém, baixando-o...

ps: PQP!, pareço mesmo um velho padre a falar...
hehe!
;)
(... e o Kapik que nunca mais volta!)

Sun Iou Miou disse...

Ai, vovôzinho, então se não vomito no meu blogue o que faço com o vómito? Engulo-o? O meu lado escuro é o único que me faz sorrir um bocado. E não suponhas tanto que faz mal à cabeça.

E eu agora ando a mostrar o cu? Achas que me baixei? E como podia desde a minha pouco altura baixar mais? Tenho eu cara de minhoca? Diz ao JB para te levar a passear que está um lindo dia para quem goste deste sol do caraças. Já podia vir a chuva!

(Fosse eu o Kapik, nunca mais voltava, ó Jonas! Aliás, acho que já lhe dei esse conselho. Ele é que estará a sambar ou o que quer que se dance lá pelos Moçambiques.)

pau disse...

Medo dá se isto é apenas primeira parte!! mas gosto, sim senhora! Grande verdade dizer o que estás a dizer. Muitas vezes há necessidade de amigos que digam: isso aí é merda escrita! E deve ser o mesmo amigo que costuma dizer: bravo! (Eu tenho sorte.. vou tendo esse amigo, mas nao costuma dizer merda, prefere falar em preguiçae "necessidade de trabalhar o texto"...)
Continua com o relato, tou intrigada mesmo.
Beijinho.

besugo disse...

Tu já sabes que não gosto de poesia e que não consigo ler seja o que for de Fernando Pessoa sem pensar duas coisas, uma que é "este tipo foi um esquizofrénico magrinho" e outra que é "o Eça de Queirós disse isto mesmo em prosa e de maneira muito melhor!", mas já imaginaste? Se, de facto, a poesia nos tornasse melhores pessoas e se, nesse pressuposto, eu gostasse de poesia, já pensaste que tipo de pessoa seria eu? Talvez um anjo, mas olha que nem sei...
Fica descansada que não vou dizer aqui que a poesia (sem uma música que lhe dê "razão de ser") é coisa de panascas. Tenho a noção dos limites, galeguita.

Sun Iou Miou disse...

Conheço a expressão delicada, Pau: "Ainda tens de apurar um bocado o estilo", hihihi!

Sun Iou Miou disse...

Tu deixa de ser mentiroso, Besugo, que eu sei que gostas de poesia, só que és tão ignorante que não sabes que gostas. Ou então não cheguei eu a um blogue de poesia de que tu gostas através de ti? Tch, tch, tch... seu aldrabãozinho!