segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Milagres é que non hai











Tenho as mãos vazias de ti

neste hálito que ainda te respira
e o cansaço próprio de quem espera sempre
sem alcançar
o milagre da paixão
A vertigem da aventura transporta-te para outros braços
para outros lábios
para outros cais
Não me iludiste
Sei que uma manhã acordarei apenas na tua memória
como aquele que merecendo-o não conseguiste amar
Até lá fingirei a eternidade

Ademar Ferreira dos Santos
Descansando do futuro [reserva de intimidade]


Ando desde hai uns tempos entre a guerra e a paz, a do Tolstoi, o Лев, que é como dicir león pero en cirílico, mil oitocentas e tal páxinas de batallas e amoríos en papel de fumar, tóxico só polas tintas. Entre medias van outros dramas e novelóns, pero as noites resérvoas para a creatividade febril do monstro, tentando reter quen é quen, entre tanto estrondo, instropeccións, cadáveres, discursos e vodka para quecer a coraxe. De aí que a modo de oración profanamente impía, para respirar da prosa, inspire poemas antes de fechar os ollos —non o maxín, que ese aínda demora, demórase, rebelado, e prolonga no infinito o tempo na espera dun milagre que nunca chega.

8 comentários:

Teté disse...

Não acredito em milagres! Nem em monstros! Embora ambos vivam na nossa imaginação...

Gostei do poema! Um dia acorda-se com essas certezas, mas até lá, é bom ter essa sensação de amor e felicidade!

Beijoquitas!

Sun Iou Miou disse...

Ah, gostaste do poema, Teté, bem se vê que não é meu! `_^

Ra disse...

Por suerte hay poemas que son como el VicksVaporub ;)

Sun Iou Miou disse...

Fretas no peito e alivio inmediato, Ra! :)))

Deshoras disse...

... A espera dun milagre? Demasiado inverno.

Sun Iou Miou disse...

Esaxerado, Deshoras. Chuvia, vento, trebóns..., vale, pero falta o frio. Sen frio non hai demasiado inverno. ;)

condado disse...

Bueno... quedan aí uns tal días de frío-non-moito-pero-que-sorprende e máis nada. Palabra de pescador... de cana... (a quen se lle escapou un tal peixiño por nome Jonasito)

Sun Iou Miou disse...

Sorprende o frío, Condado? A min o que me sorprendeu foi a calor destes días atrás...

E este ano, quitarei a licenza de non pescar nada?

O Jonasito já tem recados que se farte. Quando amadurecer, logo ele rebenta como romã a mostrar os corações todos pequeninos. Raisopartam!