segunda-feira, 15 de março de 2010
Coma un fillo
Rematei a tradución do Ishiguro. Darlle a enviar é como, imaxino, ver un fillo que sae da casa para o mundo. Por iso resístome e releo o texto unha e outra vez, modificando sempre, tentando melloralo seguido, até que xa, digo, fecho os ollos, vai, acabou. Algún día ten que ser. Non te podo reter máis sen te transformar por completo en obra miña, sen te contaminar dos meus modos.
Véxoo partir entre a fachenda (non me quedou mal, penso) e o medo a que non encontre aí fóra a acollida que lle soño.
As ilusións son así de puñeteras.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
e vocês afeiçoam-se aos livros como se fossem vossa autoria?
Home, Kapik, verás. Eu sei que a metáfora dos filhos não é idónea (imagino, vá lá), mas depois de a gente traduzir um livro, uma parte fica minha nele, pois que afinal são minhas as palavras, meu o repertório, minha a escolha da ordem das palavras na frase. Quer-se dizer que a literatura não se traduz automaticamente: não há equivalências matemáticas nisto. O texto é do autor, naturalmente, e mal de mim se se notasse a minha presença e para conseguir isto tenho-o de fazer meu.
Bico traduzido a beijo que não é bico ;)
foda-se, e eu a pensar que bico não tinha tradução :)
Suponho que não só na tradução como em trabalhos próprios há sempre essa ideia em que se pode aperfeiçoar mais um pouco, aqui e ali... mas chega a altura em que temos de largar! :)
Não será o mesmo que deixar um filho abrir asas e voar, mas não anda muito longe... :D
Pensas pouco, Kapik, pensas muito pouco. ;)
Eu sei que é exagero, Teté, a comparação, mas pronto, isto são só palavras que ninguém deve levar a sério. Fora eu. `_^
Sempre se pode aperfeiçoar: essa é a angústia.
porque me destratas Sun Iou? :)
Porque sei, Kapiki, que gostas de destratamentos, que depois sempre arrependidíssima te mando um beijo destratadamente ENORME! ;)
Enviar um comentário