quarta-feira, 17 de março de 2010
Telefonias psicofónicas
Quem abaixo assina, por ser meia galega?, meio desconfia quando lhe querem vender o que não pediu para comprar, não embalde assiste a aulas de economia nas melhores escolas. Por isso ontem, quando o telemóvel tocou e vi o número nada extenso que aparecia no ecrãzinho, disse ui-que-carai! A senhora Miou era eu, sim, vá lá, despacha-te. Estava com vontade de ouvir vozes humanas (confesso que ao primeiro pensei que era máquina, tal a cadência monótona da frase de início aprendida de cor) e contra o meu geral critério de não-me-interessa-muito-amável-não-me ligue-mais-toooobrigadíssima, deixei falar a criatura. Era da minha (estes possessivos!, desculpem o esgar sardónico que me foge pelo canto do lábio que tenho partido e não posso rir) companhia de telefonia móbil ―e aqui mais um ui-que-carai. Fui escutando pacientemente, com um olho posto no lume (não se me fosse esturrar o jantar e com ele a fome escanzelada). Pelos vistos e estudado o meu historial de consumo, ando ainda com tarifas do século passado, cliente fidelíssima (soubessem eles que à força, não posso ameaçar migração nem de blefe, que com outra qualquer teria sempre as antenas da margem de lá à espreita), e que me convinha mudar de contrato por um preço mínimo que num horário determinado me permitiria ligar de borla a todos os números de telemóvel e fixos, fazer essas chamadas breves que não faço ao meu marido (hein?!) ou aos meus filhos (hein-hein?) para saber onde é que eles estão (hein-hein-hein?). Aqui quase me convence, estereotipadamente. Com certeza, com essa nova tarifa adaptada aos tempos presentes, ia pagar mais uns eurazitos do que pago habitualmente, mas em troca, olhai, queridos!, em troca!, em horário nocturno, qual médium videntíssima do inexistente, ia saber onde param-pairam o meu marido e os meus filhos... Isto é que são avanços tecnológicos!
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10 comentários:
não mudaste logo de tarifário?
Vai-se a ver e tens marido e filhos à tua espera e tu sem nada saberes...
Esses gajos das telefónicas são quase tão chatos como os dos bancos a tentar impingir cartões de crédito!!!
Não mudei. Mesmo com a tarifa do século passado continuo a pagar menos. Porquê? Porque não falo quase ao telefone. Ia eu falar mais por as chamadas em determinado horário seren de borla? Com quem? Os meus cães, que é a gente com quem mais falo e de quem mais saudades tenho quando estou longe, não tem dedos para essas teclas.
Ah, ah, pois, se calhar tenho marido e filhos à espera, mas por mim podem continuar à espera. ;)
Beijo sem preço nem horário!
(E não devia, que já vi que tu não deixaste beijo agora, ò_ó)
Estou-me a rir (he, he, he)!... Ele há cada argumentação para impingir coisas às pessoas que até caem literalmente no ridículo. Podia adiantar aqui vários casos recentes passados comigo, nomeadamente de uma companhia de seguros, de um banco e de uma fornecedora de televisão por cabo, mas seria demais, e para além disso quem lê-se acabaria por ficar com soluços de tanto rir durante dois dias!
Saudações do Marreta.
Estás já redigindo essas histórias verídicas, Marreta, que estou com muita necessidade de rir, nem que depois soluce uma semana.
Ahora entiendo lo de telefónica y mi abuelo el espiritista...
Pues yo "piqué" y me dejé poner el imagenio que viene con wifi incorporado. Ahora tengo 200 canales de televiçao que zapeo mentres escribo en el portatil tirada en el sofá, todo a la vez. De tal manera mi vida a cambiado...
Ella, eu televisión case non vexo. Xa estou todo o día e parte da noite diante dun televisor (por traballo) e dunha pantalla de ordenador. De feito, o apagón dixital vaime coller sen dixitalizar. Non creo que o note moito.
Truco: para escribir o til das nasais ~, pulsas ao mesmo tempo as teclas "Ctrl Alt 4", sóltalas e a continuación pulsas a vogal correspondente, por exemplo, ã, õ.
Televisão é con "s". ;)
Xi, Sun, também aí?! Eles telefonam, eles batem à porta, eles andam por centros comerciais e hipermercados, eles escrevem ou põem publicidades no correio...
Faz lembrar um filme sobre ETs, que se intitulava "Eles Vivem", pois os alienígenas andavam por toda a parte... ;)
À porta cá já não batem. Mas o telefone toca todo o dia para impingir o que quer que for. "Eles vivem e não deixam viver em paz!" ^_^
televisão...por fin, al sexto intento. Obrigado son Iou.
Entendo que traballas niso que eu vexo do outro lado.
Xa verás como non tardas en dominalo, Ella. A min xa me sae sen pensar.
Non debe ser cousa boa a que ves do outro lado... ;)
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