Será que infelizmente todo o mundo tem
uma árvore abatida no coração
ou que ambos pinheiros são o mesmo?
Também não é nada má a versão da história do Manoel Carlos.
uma árvore abatida no coração
ou que ambos pinheiros são o mesmo?
Também não é nada má a versão da história do Manoel Carlos.
Já antes de comprarem a moradia estava ali o pinheiro. Com os anos foi crescendo, engordando o tronco, espairecendo pelo chão as acículas e no ar o aroma da resina. Ninguém lhe sabia a idade: só que era velho e manso. Quando chegou a carta o dono da casa não acreditava. A denúncia da viúva desdentada que morava ao lado recebera sentença favorável e o pinheiro devia ser abatido porque lhe fazia sombra no jardim. Baixou ao garagem e pegou na motosserra. Colocou-se ao pé da árvore, circundou-a medindo os passos em volta, olhou para cima: na copa avistou um pisco que cantava. Saíu à rua e timbrou no portal da vizinha.
—Bom dia, minha senhora. Vai me ter de desculpar, mas está a fazer sombra na minha vida.
Entre o barulho do trânsito e o da máquina ninguém sentiu os gritos.
______________
Moral da estória: Até um cadáver ruim dá bom esterco.
28 comentários:
Morto o can acabouse a rabia.
Xustiza poética mesmo.
Pois, Condado. Máis vale piñeiro vello, digno e manso, ca bruxa vella rabuda e miserable. Coas motoserras o único que hai que ter é coidado: seguir as instrucións e non suxeitalas entre as pernas. Do resto, son barullentas pero útiles.
http://anoitedesanxoan.blogspot.com/2008/06/alerxia-o-meu-gran-enimigo-pero-espero.html
Pai de Lima da Ponte
Chuspidiño aos fillos, Condado, pero a miña Lima, que saíu un pouco tamém á nai, é mais guapa ela.
Xi, pá, o estilo é quase Agatha Christie! (*_*)
Mas em que castelo pode residir uma velhota, que se dá ao trabalho de pôr o vizinho em tribunal à conta de uma sombra de pinheiro? Buckingham? Ná, essa tem mais com que se preocupar, eh! eh, eh!
Mas que assombrações existem, lá isso...
Xiça, Teté, quem quiser realismo que vá aos jornais! Se te contasse que aqui uns vizinhos -nomeadamente aquele meu pretendente desenfreado (sem travões), lembras?- matavam os javalis que caçavam a laço com uma machada (a polícia retirara-lhe a espingarda por ameaçar um irmão) e ligavam a moto-guadanha para apagar os gritos o bicho... acreditavas?
É mais fácil acreditar em invenções.
Garanto que não fui eu!
Como podes garantir nada, ó Rei de Reis da Lã das Lãs, se não percebeste peva nem muito menos patavina?
Creduuuuuuuuuuuuuuu!! ih pahhhhhhh! :S
mas olha que há vizinhos que...
Há vizinhos que se não sabem deixar viver é melhor matar, Van. (`_^)
Já chega de tanta foto!
E alí está ela... toda coqueta...
Anda, Noite de San Xoán, vai ver o guapiña que está aí abaixo, no texto que se titula Lima da Ponte. Pero colle un pano antes para limpar os mocos!
Tanta melancolia me trouxeste neste conto, que não resisti a contar uma história da minha infância que ainda hoje ensombra (olha a ironia...) a minha lembrança.
Devia ser proibido, definitivamente, e punido com pena de morte, o abate de árvores sem uma razão de peso. Mas a humanidade prefere destruir aquilo que ainda podia ser a salvação do planeta.
Vá-se lá compreender esta raça...
Bjs.
joer!
(como me lembra isto ao paulino, do you remember paulino?)
Opinador, confesso-te: a história tem base real. Li para aí em algures num blog esta manhã cedo. O pinheiro vai ser abatido. Por isso quis-lhe pôr um "final feliz". E sim, assombra e ensombra.
Beijinho para ti e para a tua coluna.
Arre demo, Kaplan! Agora matáchesme. Quen é o Paulino? Teño que coñecelo? Deberíao lembrar?
Xiça que me arrepiaste! Aiiiiii ;)
Tenho pânico de motoserras Grrrrrrr :(
Beijo de terça Grrrrr :D
Pois, se tens pânico de motosserras, já sabes, Tá-se bem!: não mandes abater árvores!
Beijo de quarta aqui já!
Que final, isto sim, é sabedoria!
Beijo!
Pois, Raf: agora só falta que a quem corresponda venha cá ler a maneira de solucionar o problema e a execute.
Hihihi!
Slurp-slurp para ti!
Que útiles son as motoserras! Hai que telas sempre a man.
Ás veces ata un pouco de barullo vén ben, Raposo. He!
e digo eu (xa sei que a unha muller non se lle pregunta a idade e todo iso, vale, pero...) cantos anos ten vde?
(disimule se lle ofendeu a pregunta)
Non me ofende nada, Kaplan, non sei se porque sexa pouco muller ou porque valoro cada ano que fago a mais do que me correspondería se non fose pola santa Medicina, e de todas maneiras, como de aquí a uns días o ía saber...
http://istononeuncabare.blogspot.com/2007/12/16801-das.html
Aínda que sexa de letras, bote contas, que é bo exercitar o cerebro (ou use a calculadora, se non é coma min, que ata pulsando as teclas me confundo.)
E si, ben sei que ás veces parezo unha adolescente à que lle falta un fervor...
É isso! Uma motoserra é o que me falta! E nem sequer é ilegal ter uma em casa.
Saudações do Marreta em vias de serrar o pescoço à vizinha de cima.
E tem a vantagem do barulho, Marreta, não esqueças, fronte à tradicional machada, que serve para o efeito, mas não abafa os gritos. Como muito, podem-te denunciar por excesso de decibéis. Ânimo!
Encantoume.
Sigrid (que de cando en vez inda me paso por aquí).
Pois alégrome, Sigrid, de que che encantase e de que pases de cando en vez por aquí. (`_^)
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