sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

De muxiduras e espremedelas










Cando vin a noticia lembreime do Alandelão de la Patrie, o touro charolés francés, que xa tomara nome antes de chegar ao Brasil e que se deixaba extraer o leite sen opór resistencia. Quen ía pensar que a submisión do animal á manipulación, con espremediña final incluída, se debía non ao cariño que se puña nela, que non era tal, senón en saberse o animal portador de tan solemne apelativo? Talvez o estudo se refira só ás vacas, pero nun mundo en que a igualdade se entende por cotas, é lóxico e esperable, que xunto á de sexo se inclúa a do leite.

Na Galleira as vacas sempre tiveron nome. Na verdade, o abano era pouco amplo, todo eran Marelas ou Pintas, tal coma á calor da lareira tamén todo eran Pepes e Manolos, Maruxas e Carmiñas. A xente tiña máis que facer do que marear a cabeza en escoller nomes raros, non como agora, que de tanto buscar o diferente, son todo Uxías e Braises (por non falar doutros exotismos, tipo Llonatán, Llesica ou Banesa, que parece nome de banco).

Coma os autores do traballo recoñecen -que aquí entre nós, xa lles valeu!, pero cartiños da Administración son para estas cousas- os agricultores (vulgo, labregos) sabían isto de toda a vida. O importante, penso eu, son as consecuencias prácticas que poden levar a aumentar non só a produción de leite (que despois total hai que botalo fóra, porque sobra da cota, ou porque non hai luz para enchufar as muxidoiras, ou porque para iso somos países ricos, que carallo, e hai que demostralo estragando o que lle podía quitar a fome ao veciño), senón de calquera outro produto no que se precise a man (ou calquera outra parte do corpo, neuronas -as xustas- incluídas) de obra humana. Agora que están desexando implantar as 65 horas semanais era bo que tomasen nota os empresarios para evitaren folgas xerais que levasen ao fracaso a proposta. Acaso os humanos non nos deixamos espremer mellor, no amor e no traballo, cando nos chaman polo nome do que cando nos tratan coma a un rabaño innominado?

18 comentários:

Anónimo disse...

Depende. Há quem goste de ouvir palavras obscenas enquanto está a ser "espremido" eheheh.
Os sadomasoquistas até gostam de levar porrada
Há para todos os gostos, felizmente eheheh.
Desculpa-me a brincadeira, que este assunto é bem sério.
Beijinho.

Sun Iou Miou disse...

Andamos cruzados, CãoSarnento? Acabo de passar pelo teu tasco.

Pois há de tudo neste mundo, há quem só trabalha a chicotada, não por medo a elas mas por gosto. Eu sou do género "parvo", das que se deixam escravizar com boas palavras.

Aqui 'tás a vontade para ser politicamente incorrecto, podes brincar o que quiseres, que não mordo... até um dia.

Fogo! Estavas a falar do amor, CãoSarnento?! Tenho o cérebro amolecido da chuva também eu.

Gato Negro disse...

Pareceme que non entendo a vosa filosofía. Lástima. Parece que ten boa pinta. Boas vacas rubias, ¿non comezaran a tolear? Despídome, ¡besos!

Sun Iou Miou disse...

Boa pinta? Pinta é nome de vaca de leite, Gato Negro. (`_^)

Non hai filosofia ningunha, que significa "amor ao saber", é só retranca e falar por falar.

Anónimo disse...

Eh pá, eu também gosto muito de "ditos" (ditados, provérbios, adágios, aforismos e tudo o que lhes queiram chamar), será que estou a ficar velho? eheheh.
A sabedoria popular por norma é bem fundamentada. É alicerçada no tempo, desde quando as pessoas ainda tinham tempo para olhar as coisas com olhos de ver.
Lembro-me que o meu pai mal sabia ler mas olhava para o céu e sabia o tempo que ia fazer amanhã (nesse aspecto eu saí a ele. Como andei muitos anos de mota e tinha de me acautelar com o tempo, aprendi a "ler" na atmosfera e falho menos do que os tipos da meteorologia eheheh. Quem sai aos seus...).

Sun Iou Miou disse...

Atão, CãoSarnento, achas que dá chuva para amanhã? Hehehe!

Cá na aldeia há muitas pessoas assim. Eu criei-me numa cidade, não sei ler com precisão na atmosfera, mas alguma coisa vá-se aprendendo: mas já sabes, está o velho (por enquanto, a velha) a morrer e está a aprender.

Gostei dessa de "olhar as coisas com olhos de ver". Mas isso dava para longa conversa. Lá havemos de voltar.

Anónimo disse...

pode que nos deixemos expremer mellor se nos chaman, pero afinal o resultado é o mesmo: cremos que importamos, pero só é un pretexto da autoestima.
2. non creo que se poida facer un post máis fino e elegante sobre algo tan pouco politicamente correcto como muxir machos e o leite de touro e todo iso. parabéns (cousas así sempre pensei que só podían facelas princesas desas das do chícharo e os colchóns, pero vexo que estaba errado).
3. aliás, eu tiven hai séculos unha noiva que tiña un pai que bautizaba as vacas con nomes de raíñas e princesas: estaban a astrid, a sofía, a carolina, a fabiola, a estefanía, a isabel, a diana, a helena... (entrar naquela vacaría era como ler o hola!)

Sun Iou Miou disse...

Que lindo, Kaplan. (*_*)

Xenial o pai da súa amiga. Un cata así ten que dar para moitas historias.

Recoméndolle o João Ubaldo Ribeiro, se non leu nada del. Iso si, mexe antes de coller o libro. Poida que despois deixe de apreciar os meus escritos, pero vai saír gañando.

http://istononeuncabare.blogspot.com/2008/07/tristura-ten-acougo.html

Por certo, quen lle di a vostede que non son unha princesa desas do chícharo e o colchón?

Teté disse...

Garanto que de início não estava a entender: um touro chamado Alandelão de la Patrie, que se deixa mugir?

Mas pronto, depois explicaste tudo muito bem: todas as pessoas e bovinos precisam ter um nome, para se deixarem espremer!!! (`_^) E ninguém precisa matar muito os neurónios, que tal como em "100 anos de solidão" se forem nomes todos iguais não há problema.

Apesar de haver quem prefira o chicote, cá por mim também me deixo espremer melhor, se me chamarem carinhosamente pelo nome...

Beijocas!

ps - Agricultores (vulgo, labregos)? Estás a insultar os agricultores? Não entendi...

Tá-se bem! disse...

É triste quando passamos a ser vistos e entendidos como um número (ou um resultado) e não pelo nome com que nos baptizaram.. provavelmente com muito amor..

De vacas conheço a mimosa e sou fã!

Beijooo e Um Bom fim de semana :)

Sun Iou Miou disse...

Não, Teté, não insulto os labregos, ao contrário. Labrego é como se chamou toda a vida (quando menos em galego) às pessoas que trabalham no campo. Agora é que se dá nomes rimbombantes a tudo.
En quanto ao nome do boi, se seguires o link, é o protagonista dum conto do João Ubaldo Ribeiro.

Sun Iou Miou disse...

Não tenho eu muito claro que nos baptizassem com muito amor. Minha mãe estava levada da breca porque meu padrinho embirrou que me tinham de pôr o nome que levo (e que é o mesmo de minha mãe), tanto, que quando nasceu o seguinte irmão meu, mandou a correr a meu pai ao registo civil a inscreve-lo para que ninguém lhe dissesse como o tinha de chamar, he!

Mas do resto, sim, é o nome que temos. Pior é que nos vejam só como parte integrante do rebanho, sombra ou vulto, que nem sente nem padece.

condado disse...

Hoxe tes os rexoubeiros finos mesmo (ben, case sempre), eu pensei que falabas de inseminación feita á maneira popular, estou parvo... De calquera xeito estaba a afundirme nos ollos do boi, que non recordo como se chamaba agora...

Sun Iou Miou disse...

Non te sigo, Condado. Inseminación á maneira popular? Á man, queres dicir? Pois algo diso fálase si (nun dos dous tipos de espremedura).

Ando algo espesa hoxe eu tamén. Vai haber que sacudirse un pouco ao ar, antes que volva a chuvia.

Anónimo disse...

Oláááá!
Como é óbvio (pelo menos para mim é), só faço previsões para a minha zona. Ainda não tenho satélite, como os americanos, e as minhas previsões, baseadas na observação da atmosfera, limitam-se à zona onde resido (Lisboa).
Baseio-me na direcção do vento e sabendo para que lado está o mar e onde se situa a depressão atmosférica, não é muito difícil. Virando as costas ao vento, a depressão está à nossa esquerda (no hemisfério sul está à direita) e se isso corresponder a uma zona sobre o mar, é sinal de chuva.
Aqui nesta zona quando o vento está da barra do Tejo (SW) é sinal de chuva forte e persistente, à medida que este se vai deslocando para a costa Oeste (W e de seguida NW é o modo como as tempestades se deslocam por aqui), vamos tendo aguaceiros (por vezes fortes e com granizo) e a temperatura desce.
Se não houver outra depressão em formação na zona dos Açores, a primeira dissipa-se à medida que sobe para zonas mais frias, a pressão atmosférica sobe (é o anti-ciclone) e os ventos rodam para Norte e passam a fracos e frios.
Para completar informo que nas depressões (ciclones) os ventos rodam numa espiral no sentido inverso aos ponteiros do relógio (no hemisfério Sul é sempre ao contrário) e nas zonas de altas pressões (anticiclones) não há vento, a não ser o que circula nas orlas do anticiclone e rodam no sentido dos ponteiros do relógio.
De posse destes conhecimentos e sabendo para que lado fica o mar, qualquer um pode prever o tempo para os dias imediatos.
Quem tiver andado muitos anos de moto e tenha os joelhos lixados (ou pelas quedas, ou pelo frio que apanhou), também pode seguir a evolução das dores, que acerta sempre eheheh.
Quem morar num local de onde se aviste um aeroporto (que é o meu caso) e conheça os pontos cardeais, a tarefa de saber a direcção do vento (que quando este é fraco e não há nuvens nem sempre é fácil) fica muito facilitada. Os aviões levantam e aterram sempre contra o vento.
Muitas vezes ainda o tempo está limpo e frio e eu já sei que vai mudar, porque vejo os aviões levantarem para Sul.
Claro que sempre me interessei por fenómenos meteorológicos (como com quase tudo eheheh) e tenho lido alguma coisa acerca do assunto. O modo como se formam os furacões e a sua deslocação através do Atlântico, é deveras interessante.

Tu não te metas comigo, que eu mando-te um raio fulminante! eheheh
Beijinho e bom fim-de-semana.

Sun Iou Miou disse...

Uf, CãoSarnento, deixaste-me sem palavras literalmente, pelo menos no vocabulário da meteorologia. Vou imprimir isso para colar no frigorífico (só na parte dos joelhos e a mota é que te compreendi bem, he!)

O sol saiu hoje timidamente por estas bandas. Vou dar um belo passeio com os cães depois do almoço antes de voltar ao trabalho.

E já agora, neste jantarzinho que estás a preparar, não fica um lugar livre para mim? É que ouvi dizer que havia Alentejo a acompanhar... Das ameijas e o peixe também não dispenso, mas o café prefiro só, sem mais cheiro do que o natural dele. He!

Beijo e que corra tudo bem. E as melhoras (sobre tudo pelas contra-indicações dos medicamentos, tu já entendeste).

Anónimo disse...

Afinal arranjei cozinheira e passei a tarde na net e a fazer gravações da pirataria eheheh (algum dia ainda sou preso).
Uhmmm, já cheira muito bem!

Aqui o sol também deu um ar da sua graça, mas "foi sol de pouca dura" e saídas foi só mesmo para fazer compras no Feira Nova. Claro que a Nina nem se importava de ir mais além, mas eu é que não estou pra isso eheheh. Temos aqui o nosso sol artificial debaixo da escrivaninha.
Agora aquilo do post sobre meteorologia não entendi... Queres mesmo fazer um post com aquilo? Valha-me a santa eheheh.
Só se pagares direitos de autor eheheh.
Mentira, eu é que pago pra ver o que tal matéria vai dar.

É verdade, e como é que descobriste que ia haver jantar? Andas a seguir-me... eheheh.

Eh pá, tenho de ir levar o lixo, se não a cozinheira dá-me com a colher de pau eheheh.
Beijos.

Sun Iou Miou disse...

Pois, CãoSarnento, eu dei o passeio, que se prometia tão belo de manhã, mas como ainda não aprendi da tua experiência (não é demérito do mestre mas pouca pachorra e pouco tempo da aluna para estudar a matéria), quando saí já as nuvens toldaram o céu, soprava um vento do catano -no mínimo- e arrefecera a temperatura. Mesmo assim aí a Lima e eu (os outros ficaram, que se não consigo educar a pequena) saímos a apanhar ar, porque sou de ideias fixas. Cheguei à casa justamente antes de que caíssem as primeiras gotas e parece que o temporal vai ser danado. Mas pouco importa, que a Lima agora dorme a tarde inteira e me deixa trabalhar tranquila.

O de fazer o post é só porque me parece interessante partilhar tão inúteis (havendo internet para consultar o tempo, ai!, não mordas aí!) conhecimentos: é mágoa que fiquem aqui na caixa de comentários sem o mundo inteiro os ler, ainda sabendo que os meus leitores entram a cuscar cá dentro. Agora a sério: acho interessante. Mas tenho de ler com calma e agora não me posso deter nisso.

E do jantar, pois, de quando em quando dou umas visitinhas por aí noutros blogues, mesmo que não comente. Levo uns meses com muito pouco tempo para comentar nada e limito-me a deixar pegada nuns poucos.

A cozinheira tem colher de pau?! Olha lá, não se vai presentar aí uma inspecção da ASAE, hehehe!, e acabam presos os dois.