domingo, 23 de agosto de 2009

As mãos






António Pinho Vargas
em Vila Nova de Cerveira


Confesso que fui ao concerto com receio, porque só conhecia o mestre através das pesquisas que fiz na net e o facto de que ele fosse músico de jazz (não é o meu estilo de música preferido, por não admitir abertamente que só o aguento ao vivo —vai aí matéria para psicanálise: em conserva altera-me os nervos, nem dois segundos posso ouvi-lo). Mas adorei, adorei primeiro porque me emocionou a música que interpretou, porque sim (emoções não precisam de razões) e depois porque veio a confirmar que a timidez dumas mãos que nem sabem onde se colocar quando as teclas do piano ficam a mais de meio metro não impede que no rostro e na voz brilhe a simpatia, que até arrancou gargalhadas no público (aliás, muito mais reduzido que nos outros concertos do ciclo, nem sabe o pessoal o que perdeu...) com duas anedotas sobre a gravação do seu último vídeo-clip: não vão procurar nele nem sequer um porno soft, nem pensem que vão ver outra coisa que um homem ao piano... Fechem os olhos e abram os ouvidos à magia dele, o prestidigitador.

2 comentários:

Teté disse...

Também achei que tinhas gostado!

Tenho esse sentimento com o fado: no local faz sentido, em "conserva" nem por isso...

Sun Iou Miou disse...

Gostei imenso, Teté. Não sei porquê, mas quando alguém nos surpreende, a satisfação é sempre maior.

A mim com o fado acontece-me uma coisa diferente: só gosto quando é mesmo bom (haveria que definir o que considero "mesmo bom", mas isso vai ser difícil...) e em vozes excepcionais.