domingo, 29 de novembro de 2009
No more running away
Amañecera de nin ir nin vir, cincento a pedazos e frío: para cine e museos, baixo teito. Tiña na axenda mental unha revolta á Fundação Serralves onde alá vai e fun... desenvolvela. Gustoume a exposición de Augusto Alves da Silva. Do resto, foime sobrando todo. Pero a mañá virou brillante e fotoxénica no xardín, e clic-clic-clic, déronme as tantas. Saín correndo para o cine. Alimento só no espírito.
No sueltes la soga que me ata a tu alma. No silencio portas que se fechan con estrondo. Nunha carta a promesa rota, amarelo o papel do tempo. León Felipe e Roberto Bolaño da man da ficción. Running away e un tango de fondo fondo: Angie is dead, my name is Tetro. Como podes fuxir da túa escrita? Acaso non te persegue? Accidente mortal, abandono, a familia, un manuscrito e un espello, minutos-imaxes a máis, rivalidades e misterios, xenio e éxito. La Boca e La Patagonia, os extremos, a paixón de viaxar. Coppelia ou a boneca partida en anacos sen sangue, that's love? Pais, fillos, irmáns, no more running away. Iso é amor.
sábado, 28 de novembro de 2009
Os pés (4)
Despexadas as escaleiras, a soas por fin na casa e no mundo, Xoán Lobo Vieira subiu ao dormitorio. No maxín demorábaselle preguiceira a sensación que noutrora lle producira a calidez dos chanzos de piñeiro. Ignoraba aínda as avantaxes que en atallos e desatrancos lle ofrecía o seu inestado recente para deambular (roldar, diríanlle agora os vivos ao itinerario circular dos pasos rasantes sobre a terra, distinguíndoo así do deles: recto, plúmbeo e sonoro) e confiaba nos pés que tivera —brancos, case translúcidos, coma os do escritor estadounidense asentado em Portugal que se deixaba fotografar descalzo e distendido nun sofá—, certísimo, e a partes iguais enganado, da inabdicable condición destes.
Tiña unha eternidade para desaprender.
Tiña unha eternidade para desaprender.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Recaídas
Por causas alleas ao grupo, as clases de patinaxe só recomezaron hai tres semanas. O primeiro día, o monitor, aleccionando os novos, advertiulles que se querían aprender non se ían librar de caer unhas cantas veces, que era inevitable, que todos caemos e que tumba (ou tomba) e dálle. Namentres, Sun Iou Miou, servidora, fervéndolle os pés e co discurso sabido de corpo e cor, entretíñase en tentar malabarismos (e o demo) sobre as rodas traseiras dos patíns.
—De aquí a nada —engadiu o profesor virándose para min— aí a Sun Iou Miou faivos unha demostración de como se debe caer sen mancarse.
Meu dito, meu feito. Foi ouvir o meu nome, levantar a cabeza, desequilibrarme e mandar o primeiro batecú da tempada, como pallaso ensaiado. Os novos estartelaron os ollos e os veteráns regañaron a queixada, mentres o monitor, que ten nome de deus da guerra coma unha chufa do destino, se enchía de razón:
—E non o fixo adrede.
—Abofé que non —corroborei cos ollos esbagullados do ataque de risa.
Logo, durante o partido de hóquei, sufrín a segunda porque mentres fuxía coa bóla, o Á meteume o pau entre as rodas do patín esquerdo (Falta! Falta!) e aló fun eu a espatelarme coa perna reviritada, sobre a cicatriz de sempre, coma no amor. Non foi nada ao que puido ser. E o sangue, sendo algún, non daba para fillozas.
Total que pasei unha semana reprimíndome de arrincar a bostela, para que a ferida me curase ben, que ás veces danme arroutadas autodestrutivas. Porén, durante o partido desta semana, volvín turrar contra o Á e ao caer, batín... adiviñen, sobre que xeonllo? Xusto nese, xusto sobre a ferida non curada, e do golpe arrinquei a bosteliña que tanto me custara conservar. Malfadada eu!
(Nestas sempre me acorda a do que matou o cabalo dun tiro porque se lle ferira cunha silveira:
—Se non o mato, desángraseme! —explicouse o cata.
E eu polo si polo non, río e érgome, como se nada, sacudindo o po.)
___________________
P.S.: Onte foi a terceira clase e non caín nin unha soa vez, pero foi só por non volver arrincar a bostela.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
O poeta que virou prosador (sem destorcer nada)
manhã seguinte partimos e nada novo se deu. dia inteiro reavemos caminho que havíamos gasto à ida. Certinhos de nem querer esperar o tempo de um suspiro, rodámos carroça ininterrupta ansiando, como por vida, proximidades de nosso pai e ermesinda. o aldegundes falava na sarga, e eu anuía, e a sarga, pobre coitada, sozinha para várias noites, despalavrada de ninguém, ainda se morre de estupidez por ignorância de saber que viajámos ao invés de morrer.
o remorso de baltazar serapião. valter hugo mãe
Não é leitura para seres sensíveis mas é preciso ser sensível para lê-lo. Aviso: li-o do princípio ao final com a alma (pois, isso que já não tenho) encolhida. Agradável não é adjectivo para definir a emoção de quem segue a viagem pela mente do baltazar serapião, ao contrário, foi para mim e muito, muito convulsiva a força da escrita do valter hugo mãe*, são potentes as imagens que transmite, fez-me vibrar, sofrer com quem sofria e desfrutar da beleza com que transforma o mundo (os seus abismos e cimeiras, os seus horrores e excelências) em literatura de maiúsculas minúsculas.
Transformar o mundo em literatura era o título da conferência que me levou ao pé dele ontem, numa manhã de bágoas dessalgadas e ventos como ar de pulmões que se agarram à vida, sol por dentro de mim desafiante. Ele falou de si, de vencer os medos, de lutar contra as vertigens, de perseguir os sonhos. Como se fosse qualquer um de nós, mortais. Porque é gente, afinal, nem que escreva como um anjo sem céu.
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* As letras e a voz são dele... Xiça!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Falo pouco de mim, diz-que
Tenho certeza (e deve ser das poucas minhas) que este desafio já me foi lançado por mais alguém e recusei-o muito educadamente (disto tenho certeza também, já vão duas, de aqui a nada estou acreditando em divindades de toda a espécie). Mas lá veio o Marreta com o convite, a dizer não sei o quê de estertores finais e, como é bem sabido, não se podem contravir as últimas vontades dos moribundos, pois isso pode vir a ser a morte deles. Estás a brincar, pá?! Nem sonhes em fechar o tasco!
Assim que aceitei, até porque há alguém por aí que disse que eu falo pouco de mim?! Acham? Olha, meu: é só pegar neste blogue desde o início e tem lá inclusive a minha idade, exacta até nas horas. Contudo, claro, isso é muito trabalho, n'é, seu preguiçoso? A gente tem de dar a papa estrulhada e mastigada em cinco frases brevíssimas, fazer um resumo da vidinha, delinear o indelineável em cinco traços.
Vá lá, pronto, vou fazer, mas com ligações aos textos que disso tratam, que sou cruel (mágoa, mas não pede adjectivos qualificativos o repto, que ainda tenho no acervo mais uns quantos que me são aplicáveis), ou nem tanto: só se a curiosidade os mata é que precisam de clicar.
EU JÁ tive um cancro.
EU NUNCA morri ainda.
EU SEI andar de bicicleta.
EU QUERO escrever a letra duma canção.
EU SONHO umas estupideces assustadoras.
E porque a vida já tem regras que se farte e porque encontro prazer em quebrar correntes, e cá entre nós, porque não se inclui nas ditas regras que por quebrar a corrente eu vá deixar de ganhar o euromilhões (nem que não jogue, que é o que tem mérito), nem que me vá cair (mais) uma maldição espezinhante, PROÍBO que ninguém dos que aqui venham aceite este desafio sob pena de levar uma praga que se lembra de mim para o resto dos seus dias poucos. Mahezu.
P.S.: Marreta, raistepartam, apaga-me esse FIM do coiso, que já me chegou de blogues fechados!!!
Assim que aceitei, até porque há alguém por aí que disse que eu falo pouco de mim?! Acham? Olha, meu: é só pegar neste blogue desde o início e tem lá inclusive a minha idade, exacta até nas horas. Contudo, claro, isso é muito trabalho, n'é, seu preguiçoso? A gente tem de dar a papa estrulhada e mastigada em cinco frases brevíssimas, fazer um resumo da vidinha, delinear o indelineável em cinco traços.
Vá lá, pronto, vou fazer, mas com ligações aos textos que disso tratam, que sou cruel (mágoa, mas não pede adjectivos qualificativos o repto, que ainda tenho no acervo mais uns quantos que me são aplicáveis), ou nem tanto: só se a curiosidade os mata é que precisam de clicar.
EU JÁ tive um cancro.
EU NUNCA morri ainda.
EU SEI andar de bicicleta.
EU QUERO escrever a letra duma canção.
EU SONHO umas estupideces assustadoras.
E porque a vida já tem regras que se farte e porque encontro prazer em quebrar correntes, e cá entre nós, porque não se inclui nas ditas regras que por quebrar a corrente eu vá deixar de ganhar o euromilhões (nem que não jogue, que é o que tem mérito), nem que me vá cair (mais) uma maldição espezinhante, PROÍBO que ninguém dos que aqui venham aceite este desafio sob pena de levar uma praga que se lembra de mim para o resto dos seus dias poucos. Mahezu.
P.S.: Marreta, raistepartam, apaga-me esse FIM do coiso, que já me chegou de blogues fechados!!!
domingo, 22 de novembro de 2009
Apuntamentos filosóficos
(Este texto é do domingo pasado. Nin deixándoo de mollo fun quen de facer del nada de xeito.)
Na sala 1 as butacas están ocupadas maioritariamente por cincuentóns, mentres que unha masa de adolescentes fai cola para ver o filme da sala 2 (o tal de que o mundo vai acabar de aquí a nada).
Non era moi acérrima admiradora eu do Amenábar des que me decepcionou con Mar adentro. Pero aconselláranme, vai vela, a ver que che parece. Pareceume ben, sorprendeume. E iso que son máis de cine de corte europeo, onde a xente normal fuma e non só os maos da película. Pero claro, daquela aínda non había tabaco por estas bandas, normal que non se fumase. (Vale, igual fumaban outras plantas.) O caso é que tiñan unha facilidade para queimar papel... ou pergameo, chámalle como queiras. Se os cachan hoxe zoscando tales lumes, xa estaban os forestais dando aviso aos bombeiros.
Xa de pequena me conmovera a destrución da Biblioteca de Alexandría. Agora sei por que: eu tamén creo no amor á sabedoría. Niso se resumen para min as dúas horas de Ágora que fun ver unha vez que o vento nos deixou sosego.
Excelso comentario perpetrado en voz alta e clara ao remate por unha guicha dos meus anos:
—Que pena! Xa sabiamos que ela morría, pero mesmo así...
En fin, son perspectivas. Pero debérana ir ver se aínda non foron. Sen buscaren rigor histórico (para iso vaian aos libros de historia). Gocen da ficción, que merece moito a pena. Aínda que morra a Hipasia ao final, quero dicir, aínda que a maten.
____________
O comentario remíteme a outro que ouvín un día destes nun café na Nova entre unha moza que fora ver The Visitor ao Poleiro e outra que non.
—E gustouche?
—Gustou.
—Dixéronme que o protagonista era guapísimo...
Estou por apostar que non entendemos por protagonista o mesmo actor. Pero como digo, en fin, son perspectivas.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Eutanásia
A pequenininha está doente, muito doente, aliás, doente de velhice, que é enfermidade sem cura. Enquanto escrevo isto, ela chora e chora. E eu aguardo pelo momento de arrancar com ela para o veterinário, mais um dia, ver lá o que o se pode fazer ou fazer, se for o caso, o que se deve. Surda, cega e com dores, não me queria eu assim, e só espero, quando me chegar a hora, que me chegará e também não vai ser suave, que alguém tenha dó de mim e uma seringa à mão.
domingo, 15 de novembro de 2009
A vocación de ser triste
non soe ledo o meu verso rebelde,
pois eu son triste. Xa cruzaron o [Flexetón
tres cuartos dos meus lectores.
E vós, amigos! Quedades ben poucos,
e quérovos cada vez máis por iso...
Que curto se fixo o camiño
que semellaba ser o máis longo.
Só o silencio me responde. Anna Akhmátova (Tradución de Ekaterina Guerbek e Penélope Pedreira)
Mándame o Mourave un documental sobre Emil Cioran, que devoro, os ollos e os ouvidos presos ás imaxes e os sons, procurando absorbelo alén dos escasos fragmentos traducidos e o meu descoñecemento do romanés (da lingua, do filósofo). Velaquí o mellor convidado ao té das cinco para esta fin de semana que se finxe apocalíptica. É domingo, pleno outono, e fóra venta e chove como se nunca mais fose estiñar a ferida das nubes. Fóra, tamén, impera o silencio dos paxaros: de sempre me inquietou a sorte das aves durante as zarracinas.
Na illa en que hoxe habito resóame o troupeleo da caveira con que o neno Cioran xoga en solitario ao fútbol, bailando no límite da inocencia co remorso, a adolescencia que o expulsa do paraíso montañés, a iniciación na filosofía, a fascinación xuvenil pola parafernalia do nazismo, o distanciamento con que observa o ambiente intelectual francés. Fascíname o seu rostro de louco e a evidencia lúcida do seu discurso, sacódeme o razoamento con que xustifica a decisión de renunciar á escrita. Agora xa o sei: talvez eu non teña tempo de escribir moito, pero sempre vai ser de mais, porque é privilexio só dalgúns saber cando se debe parar... (ou mesmo, se se debe escribir nada?)
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Temporal nos labios
Espreitaba a ausencia do señor Luís na esplanada do café, nin carpeta castaña celosa de poucas follas manuscritas, súa a tinta azul da caligrafía miudiña, nin cervexa, nin cinceiro a fumegar sosego. Certo. Estaba un tal vento de megavatios en alza, que non convidaba a habitar a intemperie nin, se por iso é, os interiores, onde o choquelear de portas e vidreiras metía un algo de desacougo incógnito. Para disimulalo, entretíñase en contemplar o esmalte anacarado das uñas, de afeite a se simular discreto, lavado, como conviña ao lastre dunha orde de busca e captura explícita en feituras, pesos, medidas e mañas. Bebeu o resto do café, recompuxo a caída da gabardina nun ademán meigo de gamba esponxosa, chiscándolle os ollos ao camareiro —insinuación ou miopía?, ficou o enigma, por hoxe—, e depositou na barra os 55 céntimos. Saíu, co corazón galopándolle, sen pronunciar palabra, nun adeus e até logo de miradas.
No regreso, sobre a ponte, o río revelábaselle mensaxeiro de marusías vindo do fundo da barra, gusto salgado na boca, como se xa estivese bicando os labios del, os de outrora.
No regreso, sobre a ponte, o río revelábaselle mensaxeiro de marusías vindo do fundo da barra, gusto salgado na boca, como se xa estivese bicando os labios del, os de outrora.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Epistolário interrupto
Hoje não tendo mais nada para desvairar, vou falar em cartas, não das que não recebo, mas daquelas que já não (te) escrevo (ainda bem em português de vês e bês, como tu gostas, isto não rima, que fica um horror ridículo compor parelhas de versos no meio do que nem prosa é, mas palavras soltas a denunciar a falta que me faz monologar contigo). Mas não devia, que sinto vergonha, depois dos deliciosos momentos que me brindou o ALA, entre o desespero e a ironia, entre o que se dizia e se silenciava, vaidoso ou inseguro, num percurso de subidas e descidas de humanidade plena.
E como resulta engraçado ouvi-lo falar há quarenta anos, ora crendo-se génio, ora escrevedor de calhamaços!
A gente devia voltar à incerteza dos correios postais e a escrita à mão para tentar aprender a viver sem esta angústia desoladora pela imediatidade. Entretanto, vem-me à cabeça o ditado popular: "Quem tem burro e anda a pé, mais burro é". Mas que faz bem andar a pé, às vezes, com a promessa da chegada no horizonte e sabendo que está aí o burro se nos cansarmos...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A liberación da carne (3)
Xoán Lobo Vieira vladimirouse na espera dos días anoitecidos. Os veciños, era sen tempo, alarmados pola súa ausencia e os latidos dos cans, chamaron ao 112 —como se dixo topicamente na nota concisa que ao día seguinte publicou a prensa comarcal—, e así presentouse unha patrulla de municipais e outra de protección civil nun fulgor delirante de sirenas que travestiu o barrio en carrusel de feira. O ensumido habitante da casa, ao ouvir o batifondo, receando machadas a violentar a intimidade mansa do lar, entreabriu a porta. Por iso, o primeiro que asomou da comitiva foi a man osuda coa marca dunha alianza incumprida pincelada no moreno esvaído da pel do cabo Magrelas, vítima ou beneficiario dun dos divorcios que se producían cada tres minutos e medio no mundo. O axente, pola súa banda, encontrouse de caras co desconxuntamento inerte en que se convertera o finado —o pé dereito preso nun dos barrotes da varanda, machucada a cabeza contra a baldosa, un brazo que escochara ao rebater un contorsionismo extraordinario—, coa propia rixidez global de óbito certificado. E silencio, un silencio mesto de nin moscas zunindo, malia os tusidos carraspentos con que o testante involuntario porfiaba en transcender ao ámbito do aquén. En balde. Desconectados os ouveos fulxentes dos vehículos en sinal de dó e cumprindo coa normativa autonómica de emisións acústicas e luminosas, os exteriores da casa foron engordando de ruxerruxes, de ollos axexantes e ouvidos en aguzada espreita, de conxecturas que se espallaban pola contorna con garantía de veracidade cuñada, mentres o xuíz de primeira instancia sacudía do xersei uns farelos de croissant e procedía, ditante, a levantar acta e cadáver.
Xoán Lobo Vieira experimentou un levedecer no ánimo cando os empregados da aseguradora a que encomendara as súas exequias cotizando puntual e mensualmente durante anos colocaron os restos con agarimo nun cadaleito chapeado de madeira nobre e empuñaduras bañadas en ouro, que logo lle chumbaron un arreguizo de lámina de aceiro xélido contra as costas ao pronunciaren a palabra autopsia.
—El non está á vista que me matei sen querer? Que necesidade hai de me escarpear nos interiores, carafio?! —comediuse no improperio.
Nin caso, a maquinaria burócrata asoballaba desatendendo as razóns do espírito. Xa ía trancar a porta, iracundo ar en torbeliño, co desacougo propio das almas penadas, cando o invadiu un desapego incorpóreo. Ollouse na súa inmateria e, lúcido de improviso, desentendeuse da carne en vías de putrefacción. Logo, nun bolboretar obnubilado de sombras, despediuse do que xa non era desprevendo saudades.
(E quen sabe? Se cadra continúa, depende...)
domingo, 8 de novembro de 2009
Adicción
Sabía, eu sabía, que se ocultaba unha desrazón tras o meu empeño en ir até a Foz do Lima para ver unha película da que non auguraba satisfaccións profundas. Por que non fun a Cidadeabertaaomar, onde con certeza ía encontrar algo máis de xeito ao meu xeito? Ah, versión orixinal, trécolas! Estaba Ágora, que podía resultar interesante, e Yo también, ambas indobradas. Pero un irracional impulso me enxotou da somnolencia plúmbea vespertina antes da hora, que así aparco con tempo, persuadíame, e tomo un cafeciño con vagar, insistíanme a voz e os seus ecos. Mentira podre, trola burda de hiperfraxil sustentabilidade. Debera levar unha coleira ao pescozo, terapia condutista agresiva que me sacudise o espiñazo de arriba abaixo en descarga eléctrica espasmódica, dolorosísima (choque adrenérxico, Vani dixit), cada vez que me achegase ao trinque dunha librería. Velaquí a inxustificación.
Estacionado o coche, enfiei dereita ao CC, esquecida do café e do pastel na Natário, cunha ansia propia de junkie, as mans trementes e a carteira despavorida. Só un, rogábame, só un, refreándome ante o expositor que vomitaba exemplares do último futuro best-seller que nin vía, o corazón galopándome, antes de cruzar o limiar, non me deixes caer na tentación. Paseei con indolencia cínica polas mesas de novidades, papel reciclado de aquí a un mes, levantando con agarimo candidatos a compañeiros nocturnos, meus amores onánicos de pracer resolto en bágoas, que pousaba de novo, sometida á orde da razón, só un, só un.
Logo, xa fronte ao andel, obxectivo senlleiro, percorrino alfabeticamente até acadar o m minúsculo, titánico. E ollei o prezo, atacada de remorsos, calculando a cantas comidas decentes equivalía. E acariñei o papel da capa, as pastas duras, a lonxitude do título. Abrino, finalmente, e lin, mergullei no canastrel, pegañento, das súas missangas-palabras:
Aconchegueino no peito, decidida, desouvíndome. E as voces. Unha volta mais só, só para ver, só sen tocar, sen levar. E eu non. E as voces si. Como se os libros fosen acabar. E dei a volta toda en volta, esvarando a mirada polas seccións técnica, informática, arquitectura, psicoloxía, que sei o qué en que os meus ollos non reparaban, vagacento o paso do espírito impaciente, até que xa ao pé del, estrangulando os remorsos (cantas comidas etc.) multiplicados, e as mans coma gadoupas feroces arrincándoo da orfandade, sen o abrir sequera, pagando rápido na caixa, non quero saquiño, e fuxindo, fuxindo, derrotada.
* o remorso de baltazar serapião. valter hugo mãe
** As três vidas. João Tordo
Estacionado o coche, enfiei dereita ao CC, esquecida do café e do pastel na Natário, cunha ansia propia de junkie, as mans trementes e a carteira despavorida. Só un, rogábame, só un, refreándome ante o expositor que vomitaba exemplares do último futuro best-seller que nin vía, o corazón galopándome, antes de cruzar o limiar, non me deixes caer na tentación. Paseei con indolencia cínica polas mesas de novidades, papel reciclado de aquí a un mes, levantando con agarimo candidatos a compañeiros nocturnos, meus amores onánicos de pracer resolto en bágoas, que pousaba de novo, sometida á orde da razón, só un, só un.
Logo, xa fronte ao andel, obxectivo senlleiro, percorrino alfabeticamente até acadar o m minúsculo, titánico. E ollei o prezo, atacada de remorsos, calculando a cantas comidas decentes equivalía. E acariñei o papel da capa, as pastas duras, a lonxitude do título. Abrino, finalmente, e lin, mergullei no canastrel, pegañento, das súas missangas-palabras:
desejei que ela se calasse, que parasse de me chamar meu amor, como antes o fazia sem que me irritasse. disse-lhe vezes sem conta que só continuaria se fizesse silêncio das palavras, ao que se ria e espantava os olhos esbugalhados para me incomodar ainda mais. estava feliz por me reaver, como feliz ficaria uma mulher que fosse minha, se de viagem para que eu fosse voltasse.*
Aconchegueino no peito, decidida, desouvíndome. E as voces. Unha volta mais só, só para ver, só sen tocar, sen levar. E eu non. E as voces si. Como se os libros fosen acabar. E dei a volta toda en volta, esvarando a mirada polas seccións técnica, informática, arquitectura, psicoloxía, que sei o qué en que os meus ollos non reparaban, vagacento o paso do espírito impaciente, até que xa ao pé del, estrangulando os remorsos (cantas comidas etc.) multiplicados, e as mans coma gadoupas feroces arrincándoo da orfandade, sen o abrir sequera, pagando rápido na caixa, non quero saquiño, e fuxindo, fuxindo, derrotada.
"Peço desculpa", respondi, olhando para o chão. "Não volta a acontecer."**
_______________* o remorso de baltazar serapião. valter hugo mãe
** As três vidas. João Tordo
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
O morto triste (2)
Hai moito morto inconsciente por aí andando. Pásalles como aos vivos que non se decatan de que fan anos e anos, teimando nunha adolescencia mal desenvolvida, como é o meu caso, ás veces, nin que os ósos renxan coma porlóns que descoñecen a lúbrica suavidade do aceite e/ou a tintura do pelo disimule mal o ton cincento das ideas que recobren. Abundan, como digo, os mortos que non asumen o seu desestado, mortos que nas áfricas chaman nzumbis (xa falei dalgún nesta paraxe), fantasmóns que presumen de vitalidade sendo nin fume, ar que se traspasa coma um bo malamor.
Foi iso mesmo o que lle aconteceu ao Xoán Lobo Vieira, que coñecemos xusto antes de se espatelar escaleiras abaixo. Non se sabe ben se foi porque aínda non lle espertaran os sentidos todos cando a espichou, o caso é que non deu tomado conciencia da súa novísima condición de defunto e aínda non arrefecera, cando se ergueu —un algo aloulado pola esnafrada descomunal, dígase— cunhas pingas de sangue a escorrer polo nariz abaixo, que limpou nun xesto mecánico coas puntas do furabolos e o gordo da man dereita, e un parietal do cranio esmagado. Nada grave... para quen xa morreu.
E así, coma quen que segue adiante pola rutina da vida, entrou na cociña a preparar un café, cunha tristura inexplicable a ensombrecerlle a paisaxe sobrenatural que lle regalaba a amañecida a través dunha vidreira innecesaria.
(Continuará... talvez)
Gama de grises
Onte, na segunda sesión do Poleiro houbo outra vez grandísimo cheo, case rebordante, e non é cativa a sala.
A película, ía sobre prexuízos* e fronteiras, sobre a amizade, a impotencia das persoas contra a maquinaria insensible dos estados, sobre vidas baleiras que se enchen e vidas plenas que rebentan. A historia mestura emocións con habilidade, sen caer no drama fácil, arrincando sorrisos á consciencia da nosa perspectiva do mundo, co seu final como corresponde, que non é como a xente quixera, senón como a realidade que nos ditan impón.
Mentres a vía, pensaba en ti, nos miles e miles coma ti, e nos que teñen menos sorte ca ti.
Será certo que non podemos facer nada?
_____________
* Preconceitos
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Do mal o menos (1)
Xoán Lobo Vieira esperta coa boca seca. Incorpórase con esforzo, busca ás apalpadelas o vaso de auga que deixa cada noite na mesa de cabeceira e bota un grolo. Pétalle un obxecto duro nas enxivas. Merda! Xa se confundiu outra vez! Bebeu do da dentadura. Aínda ben, é súa. Un inicio de arcada asómalle á gorxa ante o espectro noxento dunha dentadura allea. Respira fondo e acouga. E se non houbese outra auga que beber, matina, bebíaa? Bebía, abofé. Iso e até augas peores. Prende o piloto do espertador para ver a hora e é a hora. Os dentes sorrinlle á luz azulada cun brillo de entruido. Toma as pastillas e bebe a rego cheo do vaso bo, sen dentes. Déixase caer outra vez na cama, estrica e encolle os dedos das mans. O medio da dereita estálalle, polo que repite o xesto até que consegue un movemento uniforme e limpo do artello. Do andar de abaixo sobe o latexar lento do reloxo de parede. O ritmo cardíaco acompásase de tal xeito que por uns instantes non distingue un do outro. Lémbralle que leva unha semana sen lle dar corda, vaise parar se non lle dá corda! Érguese, calza as pantuflas e precipítase escaleiras abaixo. Precipítase.
Unha milésima de segundo antes do que tras a autopsia o forense deu en diagnosticar como morte por traumatismo cranio-encefálico, aínda murmurou, menof mal, non vou partir of dentef.
(Isto non termina aquí.)
Unha milésima de segundo antes do que tras a autopsia o forense deu en diagnosticar como morte por traumatismo cranio-encefálico, aínda murmurou, menof mal, non vou partir of dentef.
(Isto non termina aquí.)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
A voz
Pois, é assim.
Amanhã, ao que parece, se não me papar um tubarão, nem me levar um furacão, nem me partir um raio (e o trovão) em castigo por dissimular os nervos com rimas estúpidas, hei de falar na Rádio Galega. Como não sei fazer duas coisas a um tempo (nem a dois tempos sequer), para o caso, pensar e falar, é altamente provável que não se perceba nada do que diga. Se sentirem a minha língua avançar trôpega, emaranhada entre as palavras, façam-me a bondade de não o imputarem a um excesso de malte (prometo beber chá de tília desde a amanhecida, nem que fosse melhor toma-lo de sumiço).
No mínimo, alegrem-se!, vão ter uma grandiosíssima oportunidade de escutar a minha voz grave e... sensual?
Amanhã, ao que parece, se não me papar um tubarão, nem me levar um furacão, nem me partir um raio (e o trovão) em castigo por dissimular os nervos com rimas estúpidas, hei de falar na Rádio Galega. Como não sei fazer duas coisas a um tempo (nem a dois tempos sequer), para o caso, pensar e falar, é altamente provável que não se perceba nada do que diga. Se sentirem a minha língua avançar trôpega, emaranhada entre as palavras, façam-me a bondade de não o imputarem a um excesso de malte (prometo beber chá de tília desde a amanhecida, nem que fosse melhor toma-lo de sumiço).
No mínimo, alegrem-se!, vão ter uma grandiosíssima oportunidade de escutar a minha voz grave e... sensual?
O arco desarmado
Aire de Fuga, Emilio Garrido. Cello solo, Matthieu Saglio
A noite de venres era para ser de recollida e lecturas, coma case todas, pero unha visita, tras o paseo coa Lima, á casa do Condado, onde se "hospedaban" os artistas, acabou cos meus ósos nun concerto sobresaliente, co Matthieu a transformar o rostro meniño debruzado sobre o cello como se o espírito dun ancián sabio o posuíse, a voz grave de Emilio antecedendo as caricias do arco desarmado.
De aí que fose tarde para a casa e que me deitase máis tarde aínda por prender este aparello do demo para tentar redactar a crónica, encontrando dúas cartas dúas inesperadas. Entre unha e outra frustrouse o texto pero retireime feliz a aproveitar as dúas horas e quince minutos que me quedaban de sono, non sen antes consultar o prognóstico do tempo para o día seguinte que xa era: nubes e claros.
Soou o espertador e cos ollos pegados aínda, sacudín a preguiza nunha ducha fría. Collín a moto porque sabía que ía ter sono á volta e vir no coche, aconchegadiña no asento mol, ia supor un perigo para min e para quen comigo se cruzase: non lle quero así tan mal ao mundo. Nótese que por máis que procurei no ceo, non apareceu un claro: só nubes descarregándose. E así, cheguei a Vilamormallo, mormallada de fóra, aínda ben, non calada por dentro.
Machiña eu, das dez da mañá ás oito do serán aguantei estoica e a rastro sobre unha cadeira encartable (suplicio onde os haxa para a columna e o sono) a xornada de Dobraxe e Idioma, por outro lado, ben interesante e, espero, frutífera. Non fose que cando rematou estaba a un paso de caír redonda.
Regresei sa e salva. Mollada. U-los claros?
Metinme na cama baldada e durmín até que... Era madrugada negra cando espertei créndome morta, non fose que os mortos, prego, non deberan sentir dor. Ou era iso o inferno? As miñas cervicais queixábanse polo corpo enteiro, arriba e abaixo, e botei o día entre arcadas e unha dor de cabeza lateralizada que non houbo droga que me tirase até que... Por volta da 1.30 da madrugada seguinte substituina outra, desta vez por riba dos ollos e estendéndose paulatinamente cara aos pómulos, aguilloadas feríndome os músculos todiños... dos artellos nin falo.
Porén, debe ser que non morrín, porque velaquí estou, de volta e volta, case crúa, coa música do Matthieu Saglio, na terra.
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