quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mortes morridas










Sedúceme o humor negro porque me provoca a contemplar o inevitable como se o conto non fose comigo, mesmo sabendo de cartón pedra a barreira que finxo. É un círculo de enganos absolutamente oco, trazado cun fío imaxinario. E mesmo así, na consciencia da inconsciencia, prodúceme pracer ese instante que me eleva sobre a angustia, o temor, a nada que me agarda. Se por riba as historias veñen envoltas de literatura da grande, da que chisca un ollo á fartura e outro á miseria, da que non fica na lírica senón que afonda na prosa, é que estou ante cinco relatos que en media hora me falan de terra singular e sentimentos universais, da morte da vida e da morte dos soños, que é a máis lenta das mortes, a morte miña.

8 comentários:

condado disse...

MEDITACIÓN EN EL UMBRAL

No, no es la solución
tirarse bajo un tren como la Ana de Tolstoy
ni apurar el arsénico de Madame Bovary
ni aguardar en los páramos de Ávila la visita
del ángel con venablo
antes de liarse el manto a la cabeza
y comenzar a actuar.

Rosalía de Castro

amediavoz.com

Teté disse...

Ehhhh, também comprei esse nas últimas férias, depois de ter gostado tanto do Jaime Bunda, na versão cómico-policial, nas férias anteriores... (`_^)

Gosto muito de livros de contos (têm a vantagem de se poder parar de ler, sem perder o fio à meada), embora os editores portugueses achem que não têm a mesma dignidade dos outros.

Este, especificamente, está em stand-by, porque a fila é imensa!

Os sonhos, minha cara, nunca morrem!

Jinhos!

Sun Iou Miou disse...

Tranquilo, Condado, non é preciso tirarse ás vías do tren: xa morremos de noso. Namentres non chega a hora, actuamos (finximos?), escribimos para esconxurar o medo ao medo.

Sun Iou Miou disse...

Dizer que os contos têm menos dignidade do que os romances, Teté, estou certa de que concordas, é como pensar que as flores são menos belas e mais simples por ser menores. Um romance exige a criação dum universo mais complicado, é tudo, enquanto num conto é fundamental a eliminação do supérfluo, que cada palavra seja imprescindível.


Acaso esse poema que está aí no Palavras roubadas, com apenas catorze breves versos, não expressa a ânsia por um encontro duma maneira lúcida e sugestiva?

Anónimo disse...

HAI LAS MUERTES MORRIDAS E LAS MATADAS, NON???
ABRAÇO
RUFINO

Sun Iou Miou disse...

É assim mesmo, Rufino (`_^), de toda a vida.
E bem-vindo a este canto raiano.

Tá-se bem! disse...

Num gosto :( estay muy negro!

Sun Iou Miou disse...

Bem sei que tu gostas de brancos, Tá-se bem!, brancos, fofinhos e peludinhos =^.^=