Case douscentos quilómetros de ceo toldado despois desvieime da autoestrada para me achegar ao mar, bordeando a ría de Aveiro, un rito que sempre me provoca comechón nos dedos dos pés (é máis fino dicir cóxegas no peito, pero é que hoxe xa dixen iso noutro lado e a propósito de letras maiúsculas), para saír de encontro tamén ao sol. Desta —tomo noto mental—, teño que me lembrar de parar cando entre de novo na A17 en Estarreja para fotografar a superpoboación de niños de cegoña nos indicadores: como para non aprender a voar á primeira! Imaxino os desafíos dos pitos estendendo as ás para o bauticeiro aéreo:
—O que caia ao asfalto é... prrroch-prch!
Emocióname a entrada na vila, a praza do mercado, así nun día de semana sen guiris apenas. Estacionar a moto onde a poida vixiar sen ter que quitar a tralla toda non é complicado e vou lendo o menú, para me decidir estupidamente por un bacallau grellado con pataca cocida e repolo, que me deixou ben servida e lixeira para seguir camiño. O malo veu co café, vergoña!, que eran dos escaldan a lingua, imposibilitando percibir con ela xa nada que non sexa o amargor consecuente.
23 de xuño de 2009
________________P.S.: As fotos, por certo, moran aquí e tamén, durante uns días, van estar no canto superior dereito do blogue.
14 comentários:
o mesmo pensei eu o outro día, de parar a tirarlle unhas fotos ás cegoñas, a miña foto está acó
boa viaxe
A viaxe xa pasou, Opaco, pero vouna contando cando teño gana e tempo.
A imaxe das cegoñas sobre a autoestrada impresionoume tanto a primeira vez que a vin, que non quixen perder a ocasión desta.
Grazas pola visita e volve cando queiras a traer palabras e fotos. (`_^)
Non te sabía ademais de boa escritora tan boa fotógrafa.
Empezas a caerme fatal, Sun Iou Miou.
Sigrid.
Meto noxo, eu sei, Sigrid. E teño máis habilidades que no blogue non podo demostrar, por exemplo, mover as orellas ou facer tremer a venta dereita do nariz... (^_^)
E que despois do café hai que tomar un chupito , muller!
Non lle digo eu que non, señor Raposo, pero as bebidas fortes déixoas para a nocturnidade, que total se se me funden os fusibles, sempre podo pensar que é a escuridade de fóra. E ademais o xantar lixeiro ía destinado a non me dormir enriba da moto, non era cousa de cagala cun chupito.
O que non pode ser é que da marxe de lá lle sirvan a unha un café pasado de fervura como se estivese na marxe de cá.
E agora acábame de inspirar un texto que talvez nunca escriba sobre o círculo viciosísimo da mestura de estimulante (café) e sedante (alcol), que deixándonos como estabamos, obriga a repetir até o coma.
Não sou filho do Verão, não gosto de altas temperaturas que lembram altas depressões.
Por iso, quando a temperatura sobe para lá dos 35º aqui ao sul, olho com inveja para as as temperaturas máximas de Aveiro, onde está sempre mais fresquinho.
Essa é a menor das razões, mas a ria, as cegonhas, as gentes, os ovos moles, e até as bicicletas gratuitas, fazem com que tenha vontade de conhecer Aveiro, a Veneza Portuguesa, onde consta que até já estive de passagem.
Beijos.
P.S:
O teu blog está agora na lista de blogs seleccionados do "Eldorado", ainda não na "Blogoteca Premium", mas já faltou mais.
Atención as cagadas desde o aire das cigoñas. Son misiles aire-terra. Apertas
As altas temperaturas também não me seduzem, João Paulo Cardoso, que a partir dos 25ºC já me vou sentindo no inferno.
Enquanto a Aveiro, é visita obrigada quando por lá passo pois tenho de pagar em ovos moles o serviço de atenção aos cães. E tal é o número de cegonhas que pululam que acho que todos nalgum momento sulcamos aqueles céus no bico duma.
Bicos (sabendo que não vão para o Brasil, sempre se podem mandar sem perigo de interpretações erróneas.)
P.S.: Obrigada pela deferência. Já me explicarás o que a gente tem de fazer para ganhar ou pagar um posto na categoria "Premium" do Eldorado. Cá não há blogotecas à vista, mas tenho-te à minha esquerda em lugar de destaque, ainda não no coração... mas já faltou menos. (`_^)
Arre demo, Suso Lista, nunca pensara niso. Entón as cegoñas cagan?! Xa era triste velas a remexer nos vertedoiros e agora estoutra revelación fatal.
Fotos fabulossas, Sun! Óbidos é mais giro portas adentro do castelo, com as suas vielas estreitas e janelas floridas.
A Ria de Aveiro também é fantástica para encher os nossos olhos de água (literalmente) e as fotos dos barcos coloridos estão muito felizes, lembrando até alguns postais. Vila Nova de Milfontes e Porto Covo, também têm uma paisagem espectacular. Ou vi dizer que o Rei da Jordânia também andou lá incógnito, a passear de mota... (`_^)
Quanto a cafés a escaldar ou "queimados", cá desta banda também os há...
Beijocas!
Passo a passo vou contar a viagem, Teté, e também o porquê dessa foto de Óbidos de porta fora, hehehe! Ao Rei da Jordânia, agora sabendo, também chegaremos. (`_^)
Alegro-me de que gostasses das fotografias: as dos moliceiros ficaram especialmente lindas.
Enquanto a cafés, é verdade, de quando em quando vá a gente deparando em Portugal com um desses refervidos. Cá, infelizmente é o habitual: eu já deixo arrefecer antes de chegar o lábio à chávena ou então peço um pingo com unha gota de leite frio se tiver pressa, mas aí como normalmente se podem e devem beber no momento, apanham-se esses sustos.
Beijoquita
pensei que o da comechom nos pés era pela quantidade de mosquitos que há em aveiro...
beijos
Ao medio día os mosquitos andan aplatanados, LM, ata en Aveiro. (^_^)
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