Dicides de min que sempre tardo, e tardo. Non é no destino onde se me espera, senón en cada reviravolta e desvío do camiño, na beira da estrada, ao pé das nubes que se tocan, mergullada entre espigas ou papoulas, apegando na pel o cantroxo, a lavanda, o tomiño e a resina, aceptando ―con reparos― o túzaro recibimento dos cardos, ou ergueita sobre a atalaia calcaria inestable en que me equilibro para aprehender o instante efémero de luz e recendos.
Dicides de min que sempre tardo e é só que xa nunca alcanzo o destino cando regreso: morreume a infancia.
18 comentários:
Quédanche todalas boas horas que disfrutaches do cariño de Tito, o cheiro da farmacia, os botes coas etiquetas escritas a man, a moto de hoxe que é ese soño cumprido, de cando colliás unha emprestada para percorrer os campos entre pacas que usabas de diana para practicar con arco, quédanche amigos daquela infancia...
Agroman as perdas nesta primavera pero somos o que vivimos ,eso non se perde.
Beijinhos
Mar, xa nin me acordaba do arco... ;)
Gosto da forma como passas sentimentos e emoções através das palavras...
gosto da forma como as imagens complementam tão bem as palavras que "dizes"...
E gosto muito de ti (sei que não é recíproco mas não se pode ter tudo)
Beijo com muito gosto!
Raistepartam, Kapik! ;)
Beijo com exagero e reciprocidade!
Revejo-me nalguns trechos desta tua viagem. A diferença é que em vez de um tenho ainda 9 tios, mas a diminuir...
Saudações do Marreta.
Pois, Marreta, a mim tios já não me sobram. Só uma tia, por parte de pai. E ontem ganhei uma prima que não conhecia.
Deterse é imprescindible para vivir con máis intensidade cada momento , para percibir con todos os sentidos.
E saír do camiño polo que avanza, cego e obediente, o rabaño, Xan.
precioso. justifica demorar a tua viagem... mas nao perdeste nada, no caminho ganhas tempo, vida, mesmo tempo de infância.
Gostei das fotos desses campos imensos de papoilas ou culturas. Parar no meio da natureza faz bem ao espírito...
O teu tio partiu e com ele foi-se um pedaço da tua infância, mas ela vive sempre, pelo menos nas tuas recordações... Não está exactamente nas nossas mãos chegar cedo ou tarde, que a morte costuma ser traiçoeira!
Beijoca grande para ti!
Foi o mesmo Monet quen lle pintou esas fotos, acredite.
A min, Pau, o que me gusta de viaxar é a viaxe. Por iso cando saio (non foi este o caso) por aí, sempre vou, ao que cadre. A vida diaria gústame moi programadiña e detesto os imprevistos, pero nas viaxes váleme todo menos o camiño marcado.
Obrigada, Teté. Mas as recordações apagam-se em cada um de nós, por isso as pessoas morrem mais do que uma vez.
Cre que estarei posuída, Kaplan? ;)
Gosto das nubes que puxeste no horizonte para guiarte, mais que se fosen estrelas. Algún día teremos que facerlles unha homenaxe aos habitantes desta terra de pan
Terra de campos que fazem o pão, Condado. As nubes puxéronseme elas.
Qué bonitas amapolas.
É condición delas, Ra.
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