Non se pode dicir das protagonistas do peliculazo desta noite que tivesen a sorte que eu teño, iso non. Chegar a Cidadeabertaaomar, aparcar a moto (tequieromásqueamivida), quitar o traxe: fóra guantes, fóra gafas, fóra casco, pór gafas, fóra braga, fóra chaqueta, fóra pantalón... E gardalo todo nas maletas, colocar cadeado, fechar maletas, as laterais, a de arriba... Ola, J, dá un biquiño, rapaz. Entón tomámoslle algo no Choco, que inda falta media hora? E alá imos, estación do tren abaixo, eu un café, o J un té branco, e xa volta para arriba outra vez, a miña moto (tequieromásqueamivida) aparcada coma unha santa, sen se mover do sitio, fiel, fiel, fiel... E eu, ó muller de pouca fe, asaltada pola dúbida razoable: fecharía ben as maletas? E tanto, tan ben fechadas quedaran, que inda colgaba a chave dunha delas... A este paso aínda vou acabar perdendo a fe no ateísmo, no agnosticismo e mais na incredulidade. Está escrito: non errou quen me deu apelativo de egua ou de iate, son unha muller afortunada.
Ao que viña era a falar de suntuosa simplicidade, de naturalidade xebre, de xentes con tal ausencia de glamour que eu en comparanza parezo Elizabeth Taylor nos seus (e meus) mellores tempos, de vidas insulsas que atrapan cunha historia sen argumento, sen suspense, sen principio, nin final... Non é mais nin menos ca o retrato entretecido de soidade de dúas mulleres normalísimas que se cruzan sen rozarse, de dúas mulleres as que a morte leva, matando a unha, arrincándolle a vida a outra. É apenas imaxe e diálogos conxugados nun produto espectacular, tan presumible, que sorprende; tan tópico, que se adiviña; tan de calquera, que xa se viviu: o xesto, o rostro, o silencio, a voz. É tan só un decorado de usar e tirar trasladado a un primeiro plano sublime.
Ai do sapiño encantado, que por andar á procura dun príncipe, recusou acompañarnos a ver un anaco do máis soberbio cotián.
11 comentários:
Um dia,se ainda não tivermos perdido as fés todas que falas e ainda mais algumas, iremos descobrir o nome do filmaço que foste ver.
Mas está bem...continuas egoísta.
Não percebi foi a Lady e a Lisa. Fiquei sem saber se a Lady é a égua e a Lisa a senhora, ou vice-versa...
A Lisa passava por ali. Quem importa é a Lucky Lady (^_^). O filmaço é La soledad (A solidão), que levou uns quantos prémios Goya, e acho que merece. A sorte é que ai veis em versão original, porque é imprescindível ouvir aquelas vozes.
Primeiro vou ver o filme. Depois vou dar uma volta com o Steve Palmer, já que "I was taught to fish"... há que testar as nossas fés.
Realmente, vendo bem, o cinema na Espanha e no Brasil é uma chatice, lá com essa coisa das dobragens...
Ve e, sobre tudo, ouve o filme, Camela. Depois eu também só falo por mim, mas gostei imenso.
Não estou a perceber a do Steve Palmer? Alguém me esclarece? Pretty please!!!!
Não estou contra a dobragem mas deve estar bem feita, Jonas (e para tanta merda como se fabrica, acho que a dobragem não faz mal nenhum). Mas no caso de filmes bons, ouvir a versão original é sempre preferível. Certamente se não se compreende o idioma e se tem de seguir a legendagem perde-se muito de ver. (E agora não me venham com que eu vivo disto, que eu só traduzo os filmes, não dobro nada, nem o lombo).
E agora que estamos aqui todos na intimidade, Camela e Jonás, podíamos encerrar o carago dos blogues de fim de semana e dedicar-nos a escrever-nos cartas ou a emborrachar-nos, algo útil. Vou para a cama, não sei para quê.
verifica o link (iate)do teu texto e verás logo no início "enjoy adventure of deep sea sport fishing with Captain Steve Palmer"...
Quanto à tua sugestão dos fins-de-semana, vou dormir sobre o assunto.Só para ter um objectivo quando for para a cama. Dorme bem!
Ah, Camela, esta carola minha! Fiquei a olhar para o tamanho do peixe e não liguei peva ao capitão!
Mágoa não ler antes esses teus votos para bem dormir, que não dormi nada. Frutífera semana para ti.
Ui, ui, blogs muito íntimos, a conversar na "intimidade" que ninguém os ouve, nem comento... (já me bastou uma rabecada de 3 em pipa, duma gaija que me explicou quem eram as suas "amigas" virtuais).
Se ela bebeu demais para responder ao comentário, foi coisa que nem pretendi apurar. Se todos soprassem no controle de alcoolémia, certamente existiriam muitas surpresas...
O ruído de fundo (no fundo de nós), por vezes, impede-nos de ouvir, ver e ler o mais óbvio. (`_^)
Ui, Teté, a intimidade foi só no fimde, que estava a blogosfera deserta. Sabes bem que tu aqui podes entrar pela porta, pelas janelas e até pela chaminé.
Pela chaminé??? Ná, que não tenho complexo de Pai Natal... :)
Ó, Teté, não te foge uma! (^_^)
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