sexta-feira, 28 de março de 2008

A ternura

E como não podia deixar de partilhar com vocês a formosíssima canção que soa hoje nas palavras roubadas, tentei uma tradução o melhor que soube para perceberem além da música toda a ternura que nela há (e agradeço imenso as correcções que me devam/quiserem fazer).

Esse caminho que deixo atrás é longo
mas quero-me ligeiro da sua bagagem,
que de nada me servem tantos acasos,
nem os velhos caminhos, nem o azul do mar,
se dentro dela não sinto a latejar, a latejar nela,
a frágil arte da ternura...

Do teu amor espero tudo e tanto
que dele faço um canto para o meu entardecer,
amo a ânsia dos teus olhos,
o impudico arco do teu corpo nu,
mas, amor, amo-te ainda mais e sempre, mais e sempre,
ao te saber escravo da ternura...

Ah!, se não fosse pela ternura...
que ama...
a ternura
que exalta...
a ternura
que nos cura quando a solidão nos assusta.

Ah!, ah, se não fosse pela ternura...

O mundo que vivo amiúde não o sinto meu
e sei os porquês duma revolta,
miséria e guerra, fome e morte,
fascismo e ódio, raiva e medo,
recuso um mundo que chora tanta pena, esta pena,
mas assim de súbito... vem... a ternura.

Ah!, se não fosse pela ternura
que ama...
a ternura
que exalta...
a ternura
que nos cura quando a solidão nos assusta, a solidão.

Ah!, se não fosse pela ternura...
A ternura
que nos cura quando a solidão nos assusta, a solidão.
Mas assim de súbito vem a ternura...

8 comentários:

Anónimo disse...

O poema é precioso. Xa o coñecía nesa versión de LLuis LLach, que sempre me engaiola. O curioso é que nunca lera a letra e menos traducida. Non é porque entenda unha chisca de catalán, senon, penso eu, pola sensibilidade que emana o cantor, que me din conta de que xa comprendera o que dicía.

Sun Iou Miou disse...

Ti o que tes é don de linguas, Couselo. Traducín para os tugas. Aos galegos dáballes por sentada unha comprensión mínima do texto. E a música fala soa. Non cha podo dedicar: é a pena que me queda. Ai, se foses solteiro!

Teté disse...

Pois, eu não tinha percebido patavina, se não fosse a tua tradução.

Mas já começo a entender que, se não percebo se é espanhol, francês ou italiano, é porque deve ser catalão!!! :D

Sun Iou Miou disse...

Ainda bem, Teté. Vais levar todos os prémios que cá a gerência outorga! Um dia destes vou pedir licença para tos levar eu pessoalmente a Lisboa.
(`_^)
Espero que gostasses.

Anónimo disse...

Que non sexa solteiro non quere dicir que non acepte tenresas, que nunca están de máis.
Así que non te prives

Sun Iou Miou disse...

Haberá que tomar outro café para parlamentar, logo, Couselo. Uf, menos mal que isto non o le ninguén.

Jonas disse...

Não lê ninguém?
Se pudesses imaginar o Big-Brotherzão que te persegue, não serias tão insensata...
Porém, a nós que te lemos sem te julgarmos, sobra-nos sempre uma ponta de ternura que tudo faz superar...
Por isso abusas.
Abusa para aí, moça!

Sun Iou Miou disse...

Big Brother cá? Nem me diga isso o senhor Jonás! Vou ter é de comportar-me de agora em diante e deixar-me de cânticos, da cor que forem, e de escorregar pelos becos lamacentos.