A miña mochila vai comigo, díxenlle. Se ela non entra, non entro eu. O garda de seguridade mirábame com cara de risa, rebentando as costuras do uniforme paramilitar. Se tiveses correr atrás de min, ría eu por dentro, non me collías. Douche unha ficha para a consigna, ofreceume. Non quero fichas, quero entrar coa miña mochila. Quero presunción de inocencia para min e a miña mochila se vou deixar aquí diñeiro. Non teño por que deixar fóra a mochila e exporme a que ma rouben. Non teño porque entrar aquí coa carteira na man. Hai señoras por aí con bolsos moito meirandes ca a miña mochila, e sinalei para unha cun bolso onde cabía media tenda. Son ordes. Ordes estúpidas. Quero falar co encargado, quero pór unha reclamación. Son ordes de arriba, repetiume o encargado. Ordes estúpidas. Prexuízos arrevesados. Asentiu. Menos mal. O encargado foi falar cun xefe. Matinei: isto non é un servizo público no que estea obrigada a entrar. Nada me obriga a mercar nada aquí. Dille ao encargado, avisei a unha empregada entón, que non perdo medio segundo máis, sobran tendas onde comprar, poucas as grazas. Marchei.
Cando estaba no estacionamento xa co casco posto, apareceu o encargado. Que volvas, que falei cos xefes, que podes pasar coa mochila. Non paso, non. Hoxe paso e o próximo día terei o mesmo problema. O encargado asentiu comprensivo. Unha macrotenda de deportes e non deixan entrar con mochila! E a xente traga. Se chego a ter faccións árabes e un acento gutural de vogais fechadas igual saltaban as alarmas antiterrorismo e destas horas estaba cunha manda de paus ao lombo.
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Non vou citar o nome da tenda porque non lle quero facer propaganda, nin boa nin mala. Pero digamos que empeza por d acaba por n e ten un th polo medio.
22 comentários:
És a minha heroína!!! Parabéns!! O próximo dia vou fazer eu a prova, vou levar "mochila" e a ver o que se passa... Incrível! se tivéssemos vontade e tempo era para fazer uma apariçao todos de mochila ao lombo a um tempo... mas... Bem feito!
Xa me pasou noutro hipermercado, Pau, hai bastantes anos, no que non volvín pisar. Ese é basicamente de alimentación, antes tiña un nome que empeza por p e acaba por a, e agora empeza por c e acaba en r. E noutro, de orixe galega e con nome de cometa, o garda de seguridade ao primeiro deume o alto, pero cando falei con el (este tiña cerebro), deixoume pasar sen máis.
Paréceme humillante ter que deixar a mochila fóra. Unha mochila pequena, totalmente urbana, non estou a falar dunha de ir de excursión ao monte, ollo. Eu (case) nunca uso bolso.
Julgo que se tratou de uma falta de comunicação entre duas pessoas que navegam por galáxias diferentes, o que normalmente produz sempre faísca. Por isso, eu sempre disse que há viagens que não devem fazer-se, nem que seja a um hipermercado.
Aconselho vivamente a usar, da próxima vez, uma pasta de executivo. O homem não irá desconfiar que transporta explosivos para incendiar as palavras.
Afinal, o homem está a cumprir o seu dever de sinalizar pessoas suspeitas. E eu também seria considerado suspeito, porque uso óculos de ver ao longe.
Cumprimentos
Ligar o silêncio
Pois eu estou dacordo co sistema de seguridade, ao final, todas as chinas sodes casi idénticas e non se pode un fiar de china (iso din os estatistas)
Não há pior arma que essa, Anónimo: óculos de ver ao longe!
Sem dúvida foi por isso que desconfiou de mim: também uso óculos de ver ao longe, mesmo que às vezes nem de perto vejo.
Para a próxima vou seguir o conselho e comprar uma pasta de executivo cheia de preservativos e oferece-la ao segurança.
A ti o cata non se atrevía a mandarche deixar a mochila fóra, Condado, porque non che chegaba nin à barriga.
Não se precipite, Sun Iou Miou. O número de preservativos, a oferecer ao senhor, deve ser proporcional à sua respectiva idade. Se ele tiver mais de 60 anos, basta oferecer-lhe um único preservativo, que lhe irá durar para o resto da vida. Com essa idade, nem os óculos de ver ao perto nem os de ver ao longe podem dar alguma ajuda. A não ser que se ofereça também o Viagra, droga já mítica, que parece fazer milagres prodigiosos.
Cumprimentos
Ligar o silêncio
E como lhe calculo eu a idade ao gajo, senhor Anónimo? Corto-o pelo tronco como as árvores e conto-lhe os anéis, ou examino-lhe a dentuça como aos cavalos? Porque um scanner cerebral duvido que fosse fornecer resultados fiáveis.
Mulher valente!
Deduzo que levavas a mochila as costas, se por acaso levasses a mochila ao ombro, se calhar não haveria problemas, digo eu. Ou a mochila metia medo a alguém?
Beijinhos Sun Iou Miou :)
Reconheço a dificuldade, embora aos homens seja mais difícil ocultar a idade do que às mulheres. Mas existe um método, que, não sendo infalível, poderá ajudar, pelo menos, a fazer um cálculo aproximado. Ofereça-lhe um poema. Se ele cair para o lado, é porque ele tem mais de cinquenta anos. É que se tiver menos de cinquenta anos, será ele a querer escrever o poema.E, neste último caso, a Sun Iou Miou poderá então encher de preservativos a pasta de executivo.
Por acaso levava a mochilinha ao ombro, Capricho. ¿Mulher valente por quê? Mulher burra, diria eu, que ainda perdi tempo a discutir com os gajos que repetiam como papagaios que eram as normas. O que não consinto é que ninguém me acuse de ladroa por levar mochila, que é no fundo o que estão a fazer. E se o resto das pessoas se querem submeter a essa humilhação para entrar numa loja a deixar o dinheiro é com elas.
Acho que aquele nem ia saber o que era um poema, Anónimo, que só percebia de cumprir normas. Antes ligava para o hospital psiquiátrico que está a ali ao lado e me vinham buscar com camisa de força como louca perigosíssima que anda a semear o terror com bombas de palavras. E se me apanhassem dentro da mochila o caderninho de capa preta e a caneta?! Nem quero pensar.
Então está tudo explicado, Sun Iou Miou.O segurança deveria ter sido previamente informado da existência na sua mochila do tal caderninho de capa preta, onde, por certo, vai guardando as tais palavras explosivas, que queimam os olhos de quem as lê. É isso.
E chegados aqui,depois de se ter encontrado uma explicação plausível para o embaraçoso incidente, julgo que este agradavel diálogo deverá dar-se por terminado, após a sua resposta, caso a considere oportuna.
Até um dia.
Ligar o silêncio
Ora, se calhar foi isso, Anónimo. A culpa foi toda do caderno de capa preta. A próxima vez levo um caderno de tapa cor-de-rosa com poemas pouco explosivos que falem da primavera e das flores, que não queimem os olhos das pessoas.
Decathlon, são dez provas.
Apenas ganhaste uma...
Espera pela próxima
Sun, fixo vde moi ben.
(Non lle mento a Rosa Parks porque igual mo toma por burla)
A da corrida contra o segurança, Jonas, essa ganho também com certeza. Aponta aí, duas.
Se fose un servizo público, Kaplan, presentaría unha reclamación, pero é unha tenda, que lle dean vento. Como dixen por aí máis arriba, pasoume o mesmo hai anos nun hipermercado e nunca mais tentei sequera volver entrar.
(E, non, non amente o que non ten que amentar, porque ofenderia á Rosa coa comparación. Non hai que sacar as cousas do cacho.)
Já me aconteceu algo semelhante num hipermercado algarvio e também não entrei. Já lá vão uns anos!
Mas actualmente até entendo esses exageros de segurança: há cada vez mais pessoas a gamar nos hipermercados, nem sequer são os putos das barracas - gente elegante e bem vestida, sem aspecto de andar no gamanço!
Enfim...
Beijoquitas!
Pois eu não entendo, Teté, desculpa. Primeiro estão-me a acusar de ladroa só pelo facto de levar uma mochilinha. Isso é preconceito: é acusar pessoas inocentes. Segundo, como lhe fiz observar ao chefe (e foi aí que ele concordou comigo e por isso foi falar com os superiores), havia lá dentro senhoras (como eu, que sou senhora também!) com malas maiores do que a minha mochila e em que é bem mais fácil guardar dissimuladamente o que quer que for. E depois... está tudo com câmaras e dispositivos anti-roubo. Não faz sentido nenhum. Qualquer dia nos mandam entrar despidos nas lojas (como já está a acontecer nos aviões... novos scánners!) e nos revisam salvas sejam as partes não vá ser que enfiássemos alguma coisa "sem querer" lá dentro, e nós como ovelhinhas todos a consumir na mesma.
decathlon
Acaba de gañar vostede unha linda mochila, Ella! ;)
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