terça-feira, 17 de junho de 2008

Ajuste de contas


FECHADO PARA BALANÇO


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Roubado do Palavras Roubadas


Os afluentes da margem esquerda


Sim, eu sei,
ao fim e ao cabo
é com pouco esforço
que sorrimos
a trocadilhos sem graça.
As cedências são pequenas
e se, passado algum tempo,
o espelho ou um olhar
de consternação...
há que fazer boa cara:
o preço pode ser alto,
mas nada de burburinho, nada
que pareça regateio.
Sim, eu sei,
no fundo o que te apetecia
era pendurar um cartaz,
onde se lesse:
"Fechado para balanço".

Assim falou José Alberto Oliveira em Nada tão importante que não possa ser dito (...ou mostrado?, digo eu)

6 comentários:

Anónimo disse...

Boa idea!
O malo é ter que facelo sempre co chiringuito aberto, que un nunca se aclara e logo non saen as contas. Mellor pechar.

Sun Iou Miou disse...

A letra da canção do "balanço" para os meus tugas (desculpem os erros que houver, a minha cabeça já não dá mais):

Rua Melancolia
Como quem viaja em lombo duma égua sombria,
pela cidade caminho, não perguntem a onde.
Procuro se calhar um encontro que me ilumine o dia,
e não acho mais do que portas que negam o que escondem.
As chaminés deitam o seu vómito de fumo
a um céu cada vez mais distante e mais alto.
Pelas paredes ocres dispersa-se o sumo
duma fruta de sangue crescida no asfalto.
Já o campo estará verde, deve de ser Primavera,
cruza pela minha olhada um comboio interminável,
o bairro onde moro não é nenhuma pradaria,
desolada paisagem de antenas e de cabos.
Vivo no número sete, rua Melancolia.
Quero-me mudar já há anos ao bairro da alegria.
Mas sempre que tento saiu já o eléctrico
e na escada sento a assobiar a minha melodia.
Como quem viaja a bordo dum barco endoidecido,
que vem da noite e não vá a parte nenhuma,
assim os meus pés descendem a rampa do esquecimento,
fatigados de tanto andar sem te encontrarem.
Logo, de volta à casa, acendo um cigarro,
ordeno os meus papeis, resolvo um palavras cruzadas;
zango-me com as sombras que povoam os corredores
e abraço-me à ausência que deixas na minha cama.
Subo pela tua lembrança como uma trepadeira
que não encontra janelas a onde se segurar, sou
essa absurda epidemia que sofrem as calçadas,
se me quiseres encontrar, já sabes onde é que estou.
Vivo no número sete, rua Melancolia.
Quero-me mudar já há anos ao bairro da alegria.
Mas sempre que tento saiu já o eléctrico
e na a escada sento a assobiar a minha melodia.

Teté disse...

Isto é que vai uma crise... de melancolia! De zangas! De férias! Sei lá que mais... 8S

Fica bem, nina!

Rafeiro Perfumado disse...

Fechado?!? Atão bates-me à porta e depois levo com um "fechado"?!? Ai...

melga disse...

Agora que volto é que tu fechas? :)

Sun Iou Miou disse...

A ver, Couselo, dis que mellor fechar e resulta que como fechara de verdade cabreácheste? Pois tes dous traballos.

Teté, é así sempre, a crise de estar vivos, e que nos dure. (`_^)

Raf, a próxima vez que preparares um jantar à luz das velas, avisa, que eu não vou reparar no tamanho da pizza precisamente, sempre que for dobre de bacon, fique claro. (^_^)

Sabía que vinhas, melga (com minúscula), por isso fechei, mas está visto que arranjaste maneira de entrar, como sempre. Não sei se é se sairás vivo.