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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
O meu rio
Isto aqui sou eu, meu, em versão intelectual. Se alguém se tivesse dignado a gravar-me num jogo de hóquei, como quem diz, enganchada pela roda dum patim a um arame que em forma de trampa de laço me prendeu e me fez cair, em consequência directa, de bruços ao chão e pernas ao ar, para susto dos meus colegas e desconcerto meu, então, meus queridos, é que iriam ver também a minha dentuça (intacta), os meus bíceps e mais os outros "eps" todos. Por enquanto, vejam lá ao fundo o meu rio, que é o único que merece a pena.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Zaragata matinal com nevoeiro ao fundo
É domingo de manhã (cedo) e, quando tudo prometia um pequeno-almoço tranquilo e triste, descubro que não há coisa melhor no mundo para bem acordar de repente do que partir em cacos de variado tamanho e grossura o jarrinho do leite...
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Autopsia
Cando o forense, para apurar as causas da morte, lle abriu as tripas a aquel monte de pel e ósos, encontroulle o estómago e os intestinos ateigados de recoñecementos enteiros, medallas trituradas, títulos de toda especie, varias palmadas no ombro, medios sorrisos e moitas, moitísimas boas palabras xa case ilexibles.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Aparecem-me cadáveres
Pronto, para aqueles que não tiveram hipótese de iluminarem o seu desentendimento com a leitura em papel, já está disponível em versão pdf a história verídica que o pessoal de Novas da Galiza arriscou a publicar-me.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
De dúas cores e tantos tons...
Gustaranlle as cores e a ausencia delas, que é como dicir, gustaralle todo o que lle guste e punto. Le, ouve e dá(se) a ler, baixo un título de dúas cores, que me lembrou que aínda non lin a Stendhal. Ou talvez lin, que eu ando nunha de desmemorias tal que un día redescubro un blogue e logo esquezo que xa o redescubrira había nada. Por sorte, ainda son capaz de relembrar o que esquecera, cando o vermello e o negro, está só a unha carreiriña dun can (ou dun galgo).
Digo, grazas!
Digo, grazas!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Em papel de jornal
Ali dizem-me de autora, mas já também nem há nada que são uns dias houve quem me disse de grandíssima puta e intelectual de meia tigela ―isto último que eu até agradeci, porque deve ser bem pesada uma intelectualidade de tigela inteira; puta, mais em grau superlativo, imagino, exigirá, dedicação exclusiva e a fundo, as meias de fantasia e de par em par, nunca tintas―, por isso convém não fiar muito em adjectivações substantivas, que afinal são apenas olhares avessos transformados em chocalhada que só com muita sanha e carinho se combatem. As palavras, já se sabe, leva-as o vento e o caruncho.
Esta léria era só para eu anunciar que está no mundo real (o virtual deverá aguardar ainda) o nº 96 do Novas da Galiza, com alguns dos cadáveres que me aparecem no quintal. Ao pessoal de "A Revista" do NovasGz, nomeadamente ao Alonso Vidal, a minha gratidão por os arejarem antes que apodrecessem.
E pronto.
Esta léria era só para eu anunciar que está no mundo real (o virtual deverá aguardar ainda) o nº 96 do Novas da Galiza, com alguns dos cadáveres que me aparecem no quintal. Ao pessoal de "A Revista" do NovasGz, nomeadamente ao Alonso Vidal, a minha gratidão por os arejarem antes que apodrecessem.
E pronto.
sábado, 30 de outubro de 2010
Afinal era só para dizer que hoje me trataram por...
As folhas nas vinhas estavam vermelhas, ainda não ocras. Viam-se bem da auto-estrada e sugeriam outonos que nunca viriam como eu gostaria que viessem. Tive vontade de encostar para tirar umas fotografias, retê-las num rectângulo como se fossem ramos de camélia apanhados um por um, os mais verdes, a enfeitar a pedra, escura ―nada se quer saber daqueles outros amarelinhos, carentes de magnésio ou ferro, como a gente, às vezes, de afecto. Mas ninguém que tenha juízo pára na berma da auto-estrada a tirar fotografias de vinhas vermelhas, nem verdes, nem sequer de vinhas sem folhas.
Por isso continuei caminho, desatenta já ao chamado da paisagem, centrados os olhos nas linhas brancas que delimitam, centrado o pensamento entre a memória e o nunca, assim também delimitado. Estreito. Até que saí.
Numa dada altura sai-se sempre. Até porque é preciso sair para entrar num mundo diferente ou no anterior que já não será o mesmo. Paguei a portagem, claro. Ninguém atravessa a fronteira do esquecimento se não levar a moeda na boca para o barqueiro. E então aconteceu o que ninguém esperava. Foi na rotunda. Mandaram parar e encostei, desliguei o aparelho de música onde tocavam cravos talvez de Bach e abri a janela ao guardinha:
―Bom dia. Tem os documentos, faz favor, os pessoais e os do carro?
―Tenho. Muito bom dia. Um momento. Ora, a carta de condução está aqui. Faz favor. E os documentos do carro...
―Mas afinal a menina é portuguesa ou é espanhola?
Diga-se de passagem que sorri e nem me pareceu a partir de aí que o céu fosse tão cinzento. Digo mais, abriu-se um clarão que durou até o início do regresso.
Por isso continuei caminho, desatenta já ao chamado da paisagem, centrados os olhos nas linhas brancas que delimitam, centrado o pensamento entre a memória e o nunca, assim também delimitado. Estreito. Até que saí.
Numa dada altura sai-se sempre. Até porque é preciso sair para entrar num mundo diferente ou no anterior que já não será o mesmo. Paguei a portagem, claro. Ninguém atravessa a fronteira do esquecimento se não levar a moeda na boca para o barqueiro. E então aconteceu o que ninguém esperava. Foi na rotunda. Mandaram parar e encostei, desliguei o aparelho de música onde tocavam cravos talvez de Bach e abri a janela ao guardinha:
―Bom dia. Tem os documentos, faz favor, os pessoais e os do carro?
―Tenho. Muito bom dia. Um momento. Ora, a carta de condução está aqui. Faz favor. E os documentos do carro...
―Mas afinal a menina é portuguesa ou é espanhola?
Diga-se de passagem que sorri e nem me pareceu a partir de aí que o céu fosse tão cinzento. Digo mais, abriu-se um clarão que durou até o início do regresso.
domingo, 11 de julho de 2010
Fatuidades (e não só) confessas
Gosto de espectáculos à borla, pois. Assisto a um concerto num anfiteatro ao ar livre, pré-instalada na insónia duma noite de verão, e gasto em poemas, ali mesmo na feira do Livro, o dinheiro que pagaria pelo bilhete. Vocês já sabem como eu sou fraca quando passo ante uma capa com um título a dizer come-me: abandono-me à tentação e ainda sucumbo à sobremesa. Além do mais, enfio na mochila os versos assinados, de costas leves por ter sabido engolir no ponto certo as vogais, na breve (breve, pronto, está bem) conversa que mantive com o autor, até conseguir que não desconfiasse do meu sotaque. E parece que deva bastar isto como justificação para o amanhecer de mais um dia.
Os deuses da pátria a cavalgar nos sonhos
Se eu tivesse segura a eternidade [como tenho as contas diárias
para pagar] renunciaria aos livros que ainda tenho para ler.
Nem poria os óculos que me tonteiam a realidade. Nem
ouviria o Peter Grimes que agora oiço -que me interessaria
o bramir da música contra os rochedos da poesia?
Se eu tivesse segura a eternidade [como a geada que esta manhã
me gelou os olhos] deixava-me dormir o dia inteiro
com os deuses da pátria a cavalgar nos sonhos. Talvez
inventasse um planalto qualquer, com uma pedra em forma
de destino e sentado esperasse os animais de Zaratustra
no seu aparecer alto e circular
O animal eólico do corpo. Nuno Higino
Mas há sempre quem julgue que 'gratuito' significa direito a entrar à hora que melhor lhe parece, sentar ao lado da senhora essa da câmara na mão que foi procurar um lugar bem afastado para ninguém a incomodar, falar em voz muito alta para se fazer ouvir perante a barulheira dos gajos que estão para ali à sua vida no palco, deixar às criancinhas aos pinotes e aos berros pela bancada. E eu estou com muito pouca paciência ultimamente. Nenhuma, digo, sou franca. Nem eu me aguento. De modo que, sem mais nem mais, virei-me para os pândegos vizinhos e ―presunções minhas, atingindo o nível avançado das indignações exprimidas naturalmente em língua alheia― mandei-os calar se faziam favor e não se importavam, que eu até a esguichar dardos tóxicos pelos olhos sou bem-educada. Fez-se, portentosamente, o silêncio. Quando mais tarde me lembrei deles, espantada da sua resistência em susterem a léria e as rédeas dos selvagens que criavam, tal qual deusezitos, à imagem e semelhança, descobri que foram pastar embora. Não digam a ninguém mas estou muito à vontade comigo assim intratável.
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sexta-feira, 21 de maio de 2010
Estado de excepción
Agora ―pídemo a razón― debera barrenar sobre os tales oviños estrelados, pero esta mañá, antes incluso de abrir os ollos, espertei coa emoción simple do gol de onte, eu que son unha manta amarrada a un pau tras unha bóla, coma o burro que persegue a cenoria. Por unha vez, non caín (a ver, caer caín, pero non desa, senón doutras e diversas), tireime!, coma o chulo do conto, debruzada, esticando o estique, batendo na bóla negra e marcando. E descubrín que as xeonlleiras foron inventadas para algo: erguinme (os colegas aínda paralizados e encollidos coa dor, imaxinada, allea, ou sexa miña, inexistente), coma quen sacode o po das cachas, like a pro. Isto non se repite a cada hora.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Agradecementos
Ando desde a madrugada do domingo ás voltas perseguindo as palabras e as palabras, coma na pita cega, pasan por min rozándome burlonas, inaprehensibles. Bruta que son, co corazón fóra do sitio, que case o perdo ao percorrer o treito tan infinito da mesa ao estrado, desacompasado do lento batucar da sola das botas sobre o piso do salón (estrondo que ninguén percibiu senón eu), coa timidez que me apaga o sorriso e me cega, que me tolle a alegría, non souben máis que dar as grazas, moitas grazas, nun murmurio, a voz de falar tomada e a de calar chamándome nomes. Rescatáronme da vertixe as apertas do Manolo Rivas e o Agustín Fernández Paz, aliviándome do peso dos agasallos e dándome un acougo que nin así me librou do fervillar sen paraxe das mans ―carentes de aconchego onde pousaren, coma pardais agonizantes aos que o chan abrasa e o ar escorrenta― e da cara de parva.
Así que a destempo e fóra de lugar, agradezo à Asociación de Escritores en Lingua Galega o premio á versión ao galego que Bartuk Aykam e eu fixemos da novela O museo da inocencia de Orhan Pamuk e a honra de colocarme ao lado de xentes tan grandísimas.
(E ao Xoán Abeleira, a miña gratitude polo acubillo e a conversa.)
domingo, 18 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
As dúas novas de onte
Onte ouvín o canto do cuco por primeira vez neste ano. Non entendo cal é o racional impulso que me levanta o ánimo cada primavera ao sentir ao lonxe a cadencia inmutable que revela a súa chegada. Digo eu que non debera emocionarme, a pouco que a sensibilidade polos débiles me asalte. Ao cabo, o cuco é o rei do acoso entre a paxarada miúda, o usurpador de niños e pitanzas, asasino gordo e feo de ovos indefensos. Con todo, el anda aí xa por fin e no ar vibra o anuncio da súa presenza. A min ―que incongruencias!― pónseme unha comechón no estómago de asas de bolboreta e pés de lagarto arnal a bailar na palma da man estendida. Irremediablemente.
Despois do lirismo pantagruélico, non sei se escoro se envorco cara á segunda nova de onte. Disque-disque, aquí a escasos quiñentos metros da miña casa, instalaron un puticlú discretamente propagandeado na prensa de chalé para recrutaren man de obra. E digo-digo que estando como está o panorama laboral talvez me conveña sopesar a oferta seriamente. A fin de contas non ía ter que gastar nin en desprazamentos e tampouco podo dicir que gañe dignamente a vida como tradutora.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Coma un fillo
Rematei a tradución do Ishiguro. Darlle a enviar é como, imaxino, ver un fillo que sae da casa para o mundo. Por iso resístome e releo o texto unha e outra vez, modificando sempre, tentando melloralo seguido, até que xa, digo, fecho os ollos, vai, acabou. Algún día ten que ser. Non te podo reter máis sen te transformar por completo en obra miña, sen te contaminar dos meus modos.
Véxoo partir entre a fachenda (non me quedou mal, penso) e o medo a que non encontre aí fóra a acollida que lle soño.
As ilusións son así de puñeteras.
sábado, 6 de março de 2010
Aos pulos
Li-o dias atrás andando aos pulos pelo féisbu e ficou-me o coração, essa víscera incontrolável, cheia de sangues densos, gelatinosa, enjoativa, ficou-me, como digo, o próprio aos pulos. Era eu? Era eu?! Aí entrou-me pelos interiores mais ou menos externos, epidérmico e vermiforme, um orgulhozinho fátuo pela versão prima qualificada a uns prémios que conferem escrevedores a sério, com número de sócio e militância manifesta na coisa da língua.
Depois chegou-me o convite ao jantar e com ele um cartão em letras grandes que gritam PÂNICO!
O coração, é claro, continua cavalgando, obrigação dele, a minha só de mima-lo, agora, sem cafés muitos nem sódios excessivos. A carola, baralhada, faz-me cálculos de probabilidades comutativas. Porque eu queria muito ganhar por uma vez na vida, em vida, o reconhecimento de quem sabe da arte de compor palavras-músicas-sentidos. Ora, receio que as luzes, nesse seu afã de cegar nos olhos as pessoas, devorem as sombras que me amparam. Presta-me sempre mais a invisibilidade. Contudo...
Restam dois meses para amortecer nervos e desenhar o gesto imperturbável da derrota (sorriso lindo de quem não se importa) ou o eufórico, mais pulos, coração, mais pulos, e o discurso que a memória não vai reter, as dedicatórias omitidas como as lágrimas, tão típico e nefasto para os rímeis.
Ouvira dizer que entrar nas listas (quaisquer listas) bastava para sossegar as ânsias. Devera. Mas cá entre nós, o bicho da comichão pula inquieto com este filme de ver os meus dedos que falaram pelos doutros candidatados. E como sabem bem as vaidades...!
sexta-feira, 5 de março de 2010
Todo se transforma
Onte díxenlle ao rapaz, desta enganáncheste, fixeches mal en elixirme de primeira para o teu equipo, estou non estando. Calei logo, entre inchada e desinchada, nun remoer por dentro que nos ollos me delataba, estás ben?, estás ben?, eu que non, que non estaba porque o ar non me corría no volume conveniente polas veas. Nunca mallei tanto por nada, desequilibrios, debilidades que deparan golpes parvos, o desalento a bater no chan coma o pau que me foxe, unha e outra vez, e parar, recuperar amodo por riba das ansias, que me come a rabia de non poder, de non dar, e querer, querer tanto, querer máis...
Hoxe aí fóra inaugurouse a primavera na versión acústica das aves do meu reino, sen amplificadores, sen estrados... Estase a ouvir o coro rebelde que pon as cousas no seu sitio e fai o ar máis respirable.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Mais menos
É assim. Quem passou pela caixa de comentários do texto anterior, quem se achegou ao Quiproquó ou espreitou no féisbu sabe que ontem fiz anos: mais menos 48. Recebi, por isso, mais menos zeros, milhares de felicitações. Contudo, houve uma de cujo impacto ainda não me recuperei e que me deixou a ver luzinhas de cores, pois diz, mais menos palavra, assim:
Minha desgraçada, que não me avisaste que fazias anos!!!!
Maria, uma grande beijoca, e muitos parabéns. Não sei se é algo que te alegre, mas és das pessoas que mais prazer me deu [...] neste mundo.
Ora, eu sabia que tinha boa mão com cães, Rafeirito, mas isto, é coisa que se diga a uma velhota? Se ficares todo arranhado agora, a culpa, compreende, não é minha.
Beijoquita e abracinho grande para todos! ^_^
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Os nove segundos en que fun líder de masas
Até que enfim! Já foi publicado na página de MicroQontos o relato que escrevi: Os nove segundos en que fun líder de masas. Logo-logo mas nem tão logo, coloca-lo-ei cá. Por enquanto, cliquem, vão lá, e já de passagem, podem ler o resto das histórias. Como não é coisa de votar, que aquilo é "café para todos", vou poupar em subornos... e angústias.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Recaídas
Por causas alleas ao grupo, as clases de patinaxe só recomezaron hai tres semanas. O primeiro día, o monitor, aleccionando os novos, advertiulles que se querían aprender non se ían librar de caer unhas cantas veces, que era inevitable, que todos caemos e que tumba (ou tomba) e dálle. Namentres, Sun Iou Miou, servidora, fervéndolle os pés e co discurso sabido de corpo e cor, entretíñase en tentar malabarismos (e o demo) sobre as rodas traseiras dos patíns.
—De aquí a nada —engadiu o profesor virándose para min— aí a Sun Iou Miou faivos unha demostración de como se debe caer sen mancarse.
Meu dito, meu feito. Foi ouvir o meu nome, levantar a cabeza, desequilibrarme e mandar o primeiro batecú da tempada, como pallaso ensaiado. Os novos estartelaron os ollos e os veteráns regañaron a queixada, mentres o monitor, que ten nome de deus da guerra coma unha chufa do destino, se enchía de razón:
—E non o fixo adrede.
—Abofé que non —corroborei cos ollos esbagullados do ataque de risa.
Logo, durante o partido de hóquei, sufrín a segunda porque mentres fuxía coa bóla, o Á meteume o pau entre as rodas do patín esquerdo (Falta! Falta!) e aló fun eu a espatelarme coa perna reviritada, sobre a cicatriz de sempre, coma no amor. Non foi nada ao que puido ser. E o sangue, sendo algún, non daba para fillozas.
Total que pasei unha semana reprimíndome de arrincar a bostela, para que a ferida me curase ben, que ás veces danme arroutadas autodestrutivas. Porén, durante o partido desta semana, volvín turrar contra o Á e ao caer, batín... adiviñen, sobre que xeonllo? Xusto nese, xusto sobre a ferida non curada, e do golpe arrinquei a bosteliña que tanto me custara conservar. Malfadada eu!
(Nestas sempre me acorda a do que matou o cabalo dun tiro porque se lle ferira cunha silveira:
—Se non o mato, desángraseme! —explicouse o cata.
E eu polo si polo non, río e érgome, como se nada, sacudindo o po.)
___________________
P.S.: Onte foi a terceira clase e non caín nin unha soa vez, pero foi só por non volver arrincar a bostela.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Falo pouco de mim, diz-que
Tenho certeza (e deve ser das poucas minhas) que este desafio já me foi lançado por mais alguém e recusei-o muito educadamente (disto tenho certeza também, já vão duas, de aqui a nada estou acreditando em divindades de toda a espécie). Mas lá veio o Marreta com o convite, a dizer não sei o quê de estertores finais e, como é bem sabido, não se podem contravir as últimas vontades dos moribundos, pois isso pode vir a ser a morte deles. Estás a brincar, pá?! Nem sonhes em fechar o tasco!
Assim que aceitei, até porque há alguém por aí que disse que eu falo pouco de mim?! Acham? Olha, meu: é só pegar neste blogue desde o início e tem lá inclusive a minha idade, exacta até nas horas. Contudo, claro, isso é muito trabalho, n'é, seu preguiçoso? A gente tem de dar a papa estrulhada e mastigada em cinco frases brevíssimas, fazer um resumo da vidinha, delinear o indelineável em cinco traços.
Vá lá, pronto, vou fazer, mas com ligações aos textos que disso tratam, que sou cruel (mágoa, mas não pede adjectivos qualificativos o repto, que ainda tenho no acervo mais uns quantos que me são aplicáveis), ou nem tanto: só se a curiosidade os mata é que precisam de clicar.
EU JÁ tive um cancro.
EU NUNCA morri ainda.
EU SEI andar de bicicleta.
EU QUERO escrever a letra duma canção.
EU SONHO umas estupideces assustadoras.
E porque a vida já tem regras que se farte e porque encontro prazer em quebrar correntes, e cá entre nós, porque não se inclui nas ditas regras que por quebrar a corrente eu vá deixar de ganhar o euromilhões (nem que não jogue, que é o que tem mérito), nem que me vá cair (mais) uma maldição espezinhante, PROÍBO que ninguém dos que aqui venham aceite este desafio sob pena de levar uma praga que se lembra de mim para o resto dos seus dias poucos. Mahezu.
P.S.: Marreta, raistepartam, apaga-me esse FIM do coiso, que já me chegou de blogues fechados!!!
Assim que aceitei, até porque há alguém por aí que disse que eu falo pouco de mim?! Acham? Olha, meu: é só pegar neste blogue desde o início e tem lá inclusive a minha idade, exacta até nas horas. Contudo, claro, isso é muito trabalho, n'é, seu preguiçoso? A gente tem de dar a papa estrulhada e mastigada em cinco frases brevíssimas, fazer um resumo da vidinha, delinear o indelineável em cinco traços.
Vá lá, pronto, vou fazer, mas com ligações aos textos que disso tratam, que sou cruel (mágoa, mas não pede adjectivos qualificativos o repto, que ainda tenho no acervo mais uns quantos que me são aplicáveis), ou nem tanto: só se a curiosidade os mata é que precisam de clicar.
EU JÁ tive um cancro.
EU NUNCA morri ainda.
EU SEI andar de bicicleta.
EU QUERO escrever a letra duma canção.
EU SONHO umas estupideces assustadoras.
E porque a vida já tem regras que se farte e porque encontro prazer em quebrar correntes, e cá entre nós, porque não se inclui nas ditas regras que por quebrar a corrente eu vá deixar de ganhar o euromilhões (nem que não jogue, que é o que tem mérito), nem que me vá cair (mais) uma maldição espezinhante, PROÍBO que ninguém dos que aqui venham aceite este desafio sob pena de levar uma praga que se lembra de mim para o resto dos seus dias poucos. Mahezu.
P.S.: Marreta, raistepartam, apaga-me esse FIM do coiso, que já me chegou de blogues fechados!!!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
A voz
Pois, é assim.
Amanhã, ao que parece, se não me papar um tubarão, nem me levar um furacão, nem me partir um raio (e o trovão) em castigo por dissimular os nervos com rimas estúpidas, hei de falar na Rádio Galega. Como não sei fazer duas coisas a um tempo (nem a dois tempos sequer), para o caso, pensar e falar, é altamente provável que não se perceba nada do que diga. Se sentirem a minha língua avançar trôpega, emaranhada entre as palavras, façam-me a bondade de não o imputarem a um excesso de malte (prometo beber chá de tília desde a amanhecida, nem que fosse melhor toma-lo de sumiço).
No mínimo, alegrem-se!, vão ter uma grandiosíssima oportunidade de escutar a minha voz grave e... sensual?
Amanhã, ao que parece, se não me papar um tubarão, nem me levar um furacão, nem me partir um raio (e o trovão) em castigo por dissimular os nervos com rimas estúpidas, hei de falar na Rádio Galega. Como não sei fazer duas coisas a um tempo (nem a dois tempos sequer), para o caso, pensar e falar, é altamente provável que não se perceba nada do que diga. Se sentirem a minha língua avançar trôpega, emaranhada entre as palavras, façam-me a bondade de não o imputarem a um excesso de malte (prometo beber chá de tília desde a amanhecida, nem que fosse melhor toma-lo de sumiço).
No mínimo, alegrem-se!, vão ter uma grandiosíssima oportunidade de escutar a minha voz grave e... sensual?
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