terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A imagem que eu queria

A encomenda do retrato vai bem. Após dia e meio (valha-nos, era fim de semana) a tentar a comunicação em balde, finalmente, quando já receava que aquele fosse um número sem dono, segunda de tarde consegui falar com ela. Expliquei-lhe quem era eu e o que lhe pedia, e como queria que fosse um retrato invulgar, fora dos tópicos da morrinha e da fragilidade, dos tons cinzentos, da mansidão... que a escolhera a ela, em primeiro lugar, porque era uma ilustradora infantil e gostava do seu jeito  para plasmar a vida em cores, que eu não fazia ideia muito bem do que queria mas que tinha claro, mesmo claro, o que não queria. A seguir coloquei-a no contexto. Para que era o retrato e por quê. Ela vacilou e fez uma daquelas perguntas parvas que se dizem retóricas porque não esperavam resposta ou pior, porque a esperam negativa. E eu sorri aí. Porque era nessa pergunta que estava a resposta que eu ansiava ouvir, sem saber: a imagem que eu queria. Ela, acho eu, sorriu também.

4 comentários:

Jonas disse...

A encomenda foi do retrato ou de uma caricatura ?
Agora andas à procura das partes de ti que suspeitas te pertencem e não estão lá, ou à procura de quê, de quem em ti...?
Hum?
;)

Teté disse...

Entendi que queres mandar fazer um retrato, diferente do habitual, não entendi é para quê. Ou será quem? Mas que fique a teu gosto, mesmo que não saibas exactamente o que queres, apenas o que não queres! :)

Beijocas!

Sun Iou Miou disse...

Ah, pensas que eu ando a encomendar retratos meus, ó Jonas? Como se eu não fosse retrato de mim que chegue? Hein?

Sun Iou Miou disse...

Pois, já entendeste o que diz o texto, Teté. O que não diz não é preciso entender. Também não é preciso entender o que diz.

Quando tiver a imagem que queria, colocarei aqui.