sábado, 27 de março de 2010

De saúdes e sanidades, de pecados e penitências

Na sexta de manhã cometi a soberba estupidez de ir de mota à Cidadeabertaaomar. Não me saí mal, porque com o dia que esteve pôde ser muito pior. A saraiva gorda caiu enquanto estava na sala de espera do médico, de maneira que safei. Não safei foi da chuva fria que apanhei no regresso. Nem do vento. Contudo, cheguei viva, humidamente tumescente, mas tenho chegado em piores condições.

A boa notícia é que por fim aplicaram a receita electrónica no centro de saúde que me corresponde, de maneira que não tenho de voltar por ali até dentro de seis meses: quando precisar medicinas para doenças primárias ou colaterais (protectores de estômagos, tensões arteriais elevadas, colesterois e por aí) vou à farmácia e retiro. Já é um avanço: nem o médico perde o tempo em fazer receitas comigo nem eu a ir e vir à chuva sem nenhum sentido nem juízo.

Depois almocei, fui ao (des)café e às compras. Quando cheguei estava com sono e cedi a tentação de deitar-me "um pouquichinho só, lês umas páginas e descansas". Nem sei a quem pretendia enganar: nem li nem tirei os óculos da cara. Quedei "frita", como dizemos nós. De maneira que depois andei mal disposta, a beber chá de cidreira, para ver se conseguia ser gente.

Essa noite, às 21.00 (HE) estreava o Condado a curta-metragem. Depois, parece, os máis menos sessenta assistentes estávamos convidados a um "lacón con grelos". Isto é jantar típico de aqui: lacón, que é o pernil dianteiro do porco salgado, que se põe de molho e depois coze-se, e os grelos (não pensem mal, suas mentes perversas!), as folhas ternas duma espécie de couve. E leva também chouriço e batata. Como se está a ver, a comida melhor para os meus pecados hipertensos e colesterólicos. Estive num sei se ir, num não sei se pecar até esse ponto... que nem ia ter com quem me penitenciar a posteriori (a priori também não). Mas decidi ir, porque o contrário seria vir para casa a me sentir sozinha e miserável, e era sexta. Já toda a gente sabe o que as sextas fazem comigo, quando consegui sobreviver ao resto da semana.* De maneira que, a quem corresponda peço-lhe me reserve uma penitência, que eu vou-me esmerar em cumpri-la com devoção.

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* Disto darei conta quando me inspire e o Condado carregue no iutu a curta. Paciência.

2 comentários:

Teté disse...

Ora aí está: daqui a seis meses, quando te devolverem a hora, voltas ao médico!

A minha avó costumava dizer que "dias não são dias" (para ela nunca eram), uma facadinha na dieta de vez em quando não há-de fazer assim tanto mal e... sabe bem!

Fico à espera da curta no iutu! :)))

Sun Iou Miou disse...

Faz bem e soube mesmo bem, Teté: aprende-se a apreciar as coisas boas (que são más).

É verdade: recupero a hora na sala de espera do médico. :)

O Condado já tem a curta no Mar da Man. Amanhã vou ver se escrevo alguma coisa, depois de rever.